- Blog do Noblat
Não um, o presidente Michel Temer tem vários problemas para administrar. O mais urgente deles talvez seja o que fazer com Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil da presidência da República, seu amigo há muitos anos, conselheiro e executivo eficiente.
Padilha está de licença médica. Recupera-se de uma operação de próstata. Mas já avisou a Temer que pretende voltar ao trabalho o mais rapidamente possível. Não procede a história de que ele queira ou de que esteja conformado em ficar distante de Brasília por um tempo razoável.
Não. Quer voltar já. Ou tão logo os médicos o liberem para voltar. Se for o caso, como imagina, na próxima semana. Ocorre que a essa altura do campeonato, caso volte, ele entrará no Palácio do Planalto por uma porta e a Lava Jato entrará por outra. Ou os dois entrarão juntos.
Padilha foi ser operado depois de atingido pela denúncia de José Yunes, ex-assessor especial de Temer e amigo dele há mais de 40 anos, de que recebera um pacote misterioso do doleiro Lúcio Funaro, hoje atrás das grades da Penitenciária da Papuda, em Brasília.
Um dia, em 2014, como contou Yunes a procuradores da Lava Jato, Padilha telefonou para ele pedindo que recebesse um pacote que lhe seria entregue em seu escritório de advocacia em São Paulo. E que depois, ele, Padilha, mandaria buscar. E assim foi.
Só que na delação de diretores da Odebrecht consta que Yunes recebia da empresa dinheiro de caixa dois e o repassava a Padilha. Marcelo Odebrecht revelou, anteontem, à Justiça que pelo menos R$ 4 milhões saíram do caixa dois da empresa para as mãos de Padilha.
O que Temer fará agora? Receberá Padilha de volta como se Yunes nada tivesse contado e como se Odebrecht nada tivesse dito? A situação de Temer já foi melhor. Correrá o risco de piorá-la para não desgostar um amigo? A conferir.
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