- Folha de S. Paulo
Está marcada para quarta-feira (26) a primeira votação importante em que o governo medirá o grau de adesão de sua base em torno das reformas de Michel Temer.
O plenário da Câmara deve analisar nesse dia o pacote de mudanças na legislação trabalhista. Reunidas em 132 páginas, as propostas atendem majoritariamente a interesses patronais. O principal aceno aos trabalhadores é o da promessa da obtenção ou manutenção do emprego.
Sensíveis a redes sociais e a danos à imagem, deputados contrariaram o governo na terça (18) ao não aprovar a aceleração da tramitação da reforma. Áulicos espalharam a lorota de que houve apenas um cochilo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que encerrou a votação antes que todos os governistas tivessem chegado ao plenário.
Fosse isso, o Planalto não teria montado uma força-tarefa para pressionar infiéis, refazer a votação e, em menos de 24 horas depois, aprovar a tramitação em caráter de urgência.
Da noite para o dia, 24 deputados de partidos governistas calçaram a cara e apertaram botão oposto a que haviam pressionado na véspera. Se na terça eram contra votar à jato a reforma, acordaram na quarta doidos para acelerar a tramitação da coisa.
Ainda estão para vir a público os reais argumentos usados pelo governo. Tiririca (PR-SP), um dos 24 vira-casacas, deu sua versão: disse que seu chefe de gabinete sofreu uma pressão monstro do partido e, por isso, resolveu pensar melhor no assunto. Mas garante ser contra todas as reformas e que vai "bater de frente" com o partido na votação do mérito.
A quarta-feira está aí para que Tiririca e o PR possam medir forças.
A trincheira trabalhista será o termômetro para a batalha principal, a da reforma da Previdência —que virá a seguir e que necessitará de apoio maior, de 60% dos congressistas. Essas duas votações, aliadas à Lava Jato, têm grande potencial de definir o que será o resto do governo Temer e o que virá por aí em 2018.
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