Por Eduardo Campos | Valor Econômico
BRASÍLIA - Alvo de uma acusação de que teria recebido propina da Odebrecht no exterior, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional da sigla, recebeu a solidariedade das lideranças do PSDB, que assinaram ontem uma manifestação de apoio. Na nota, todos os seis governadores do partido, os líderes na Câmara e no Senado, os quatro ministros tucanos e o presidente da fundação de estudos do partido afirmam que as denúncias são "falsas" e que "é inaceitável a prática de vazamentos seletivos e mentirosos que encontram eco em práticas jornalísticas pouco responsáveis".
No documento, os tucanos pedem a retirada do siglo sobre os inquéritos e delações no âmbito da Lava-Jato. Também assinou a nota o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é presidente de honra da sigla.
Em reportagem publicada na sexta-feira, a " revista Veja" afirmou ter tido acesso ao conteúdo da delação de Benedicto Junior, ex-¬presidente da Odebrecht Infraestrutura. Segundo a revista, BJ, como é conhecido o executivo, afirmou na delação -já homologada no Supremo Tribunal Federal- que houve repasses a Aécio, pagos em uma conta em Nova York operada pela irmã do senador, Andrea Neves. Os repasses teriam sido "contrapartida" ao atendimento de interesses da empreiteira em obras como a da Cidade Administrativa, em Minas Gerais, e da usina de Santo Antônio, em Rondônia, onde a Cemig (estatal mineira) integrou um consórcio.
Ontem, em vídeo em que chora e diz que gostaria de olhar nos olhos de todos para provar a inocência, a jornalista Andrea Neves rebateu a acusação. "Para mim, como disse meu irmão ontem (anteontem) à noite, pouco interessa agora quem mentiu, quem é o mentiroso, se o delator ou a fonte da revista. O que interessa é a mentira. Eu não sei o que está acontecendo para tanto ódio e tanta irresponsabilidade, atacar de forma tão covarde a vida das pessoas".
No sábado, Aécio chamou de criminosa a edição da revista. Em coletiva ao lado dos advogados Aristides Junqueira e Carlos Velloso, o senador disse que não existem contas em Nova York ou em qualquer lugar do mundo. O senador disse que vai peticionar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin acesso à delação de Benedicto Júnior. "O Fachin tem que franquear à sociedade o conjunto das delações. Tem vazamento em benefício sabe-se lá de que projeto", disse.
Durante a coletiva, Velloso leu uma nota do advogado Alberto Toron, que também é defensor do senador, afirmando que fez contato com o advogado de Benedicto Junior, Alexandre Wunderlich, que disse que não havia qualquer referência à irmã do senador, tampouco a conta mantida por ela em Nova York. (com agências noticiosas)
Nenhum comentário:
Postar um comentário