Vera Rosa | O Estado de S. Paulo
Na tentativa de evitar um racha ainda maior no PT, já há um movimento de bastidores para que o senador Lindbergh Farias (RJ) aceite ser vice de Gleisi Hoffmann na presidência do partido. A candidatura de Gleisi para comandar o PT foi aceita pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), na segunda-feira à noite, após forte pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Eu estou defendendo um grande acordo político entre os dois”, disse o secretário-geral do PT, Romênio Pereira. “São duas figuras muito importantes e temos de buscar a unidade. Os dois, com certeza, reforçarão muito a campanha de Lula à Presidência, em 2018.”
Um dos líderes da tendência Movimento PT, Pereira afirmou que no 6.º Congresso do partido, marcado para junho, proporá que o presidente e o primeiro-vice sejam eleitos separadamente dos demais integrantes da chapa. O secretário-geral também apresentará uma emenda que prevê o aumento dos assentos na Executiva Nacional, de 21 para 22 cadeiras.
Corrente majoritária no PT, a CNB escolheu Gleisi — líder do partido no Senado — para concorrer à sucessão de Rui Falcão após muitas discussões e embates, já que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha e o deputado federal Márcio Macêdo (PB), tesoureiro do partido, tiveram de retirar seus nomes do páreo, em nome da unidade.
O problema é que Lindbergh — apoiado pelo grupo Muda PT, que reúne tendências de esquerda – disse a Lula que não tinha como desistir da disputa. O ex-presidente ficou muito irritado e afirmou esperar uma resposta de Lindbergh até domingo, dia 9. A partir daí começou a ser construído o acordo para o senador ser o primeiro vice-presidente do PT.
Gleisi é ré na Lava Jato, acusada de receber R$ 1 milhão do esquema de propinas da Petrobrás para sua campanha, em 2010. Ela sempre negou irregularidades e disse que a denúncia é “absurda”.
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