Por Fernando Taquari | Valor Econômico
SÃO PAULO - Solto por determinação da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro José Dirceu (PT) acumula até o momento três denúncias no âmbito da Operação Lava-Jato. Em duas o petista já foi condenado pelo juiz Sergio Moro, titular da 13ª Vara de Curitiba, a penas que somam 32 anos de prisão.
O tempo de reclusão pode aumentar ainda mais, já que o magistrado ainda analisará a terceira acusação, oferecida ontem pelo Ministério Público Federal (MPF). Já a condenação no julgamento do mensalão foi extinta em outubro de 2016 por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do STF.
Dirceu foi preso pela força-tarefa da Lava-Jato em agosto de 2015. Na ocasião, o ex-ministro cumpria prisão em regime domiciliar pela pena imposta no mensalão. Em maio de 2016, Moro condenou o petista a 20 anos e 10 meses de reclusão por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
De acordo com esta primeira sentença, o petista teria recebido, entre 2007 e 2013, cerca de R$ 11 milhões em propina a partir de contratos superfaturados entre a construtora Engevix e a Petrobras. Em março de 2017, Moro condenou Dirceu a mais 11 anos e três meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Nesta segunda sentença, o ex-ministro é acusado de receber R$ 2,1 milhões de propina em um contrato da empresa Apolo Tubulars com a Petrobras. O petista teria ocultado e dissimulado o recebimento do dinheiro por meio de contratos fictícios de consultoria de sua empresa JD Assessoria e Consultoria.
Na terceira denúncia, Dirceu responderá pela acusação de receber R$ 2,4 milhões em propinas das empreiteiras Engevix e UTC por contratos com a Petrobras, entre 2011 e 2014. Os recursos, segundo a denúncia, foram usados para custear a assessoria de imprensa e a imagem do petista durante o julgamento do mensalão.
Antes de ser preso pela força-tarefa da Lava-Jato, Dirceu cumpriu um ano e oito meses de prisão após ser condenado pelo Supremo a sete anos e 11 meses no julgamento do mensalão pelo crime de corrupção ativa.
Os últimos oito meses da pena foram cumpridos em regime domiciliar. O petista foi apontado como o mentor do esquema de compra de apoio político no Congresso no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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