Presidente petista abre diálogo para que siglas voltem a ser aliadas e possam discutir metas para a eleição de 2018
Ricardo Galhardo | O Estado de S. Paulo.
Os presidentes nacionais do PT, Gleisi Hoffmann, e PSB, Carlos Siqueira, vão se encontrar nas próximas semanas para abrir um processo de diálogo. A iniciativa, que partiu de Gleisi, marca a tentativa de reaproximação das legendas que caminharam lado a lado durante décadas e nos últimos anos se distanciaram.
O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), pré-candidato à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB), foi convidado para o encontro na condição de integrante da Executiva nacional do PSB, mas o PT, por enquanto, descarta a possibilidade de uma aliança no maior colégio eleitoral do País.
“O PT deve ter candidato próprio ao governo de São Paulo”, disse Gleisi. “O PSB está passando por mudanças. Tenho conversado com (os senadores João Carlos Siqueira Alberto) Capiberibe e Lídice (da Mata) e solicitei uma reunião com o presidente do PSB”, afirmou a presidente petista.
Segundo Siqueira, o objetivo do encontro não é eleitoral. “Temos conversado com muitas forças políticas, estivemos até mesmo com o governador Geraldo Alckmin, mas o tema é a conjuntura política. Não queremos adiantar 2018”, disse Siqueira.
Nas últimas semanas, lideranças importantes dos dois partidos se reuniram. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) esteve com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em sua passagem pelo Recife.
‘Históricos’. Na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma visita a Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos (morto em desastre aéreo no dia 13 de agosto de 2014).
Siqueira minimizou o encontro. “Estive com Renata no congresso do PSB de Pernambuco e ela me disse que foi uma visita de caráter pessoal”, afirmou.
Nos bastidores do PT, o comentário é que Lula quer aproveitar as divergências internas do PSB, dividido entre o grupo que defende o apoio ao governo Michel Temer e o que faz oposição ao Planalto, para atrair a ala “histórica” da sigla.
Segundo um alto dirigente petista, não interessa a aproximação com “cristãos-novos” como o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) e o próprio Márcio França, considerado pelos petistas como líder do “PSB do Alckmin”.
A avaliação no PT é de que Lula alcançou o teto eleitoral da esquerda ao atingir algo em torno de 30% das intenções de voto nas pesquisas e precisa ampliar seu potencial de votos para setores do centro. Além disso, o PT tem apoio de parte do PSB caso Lula seja impedido pela Justiça de concorrer em 2018 e tenha de ser substituído por Haddad.
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