Quatro deputados também surpreenderam ao votar pela aceitação da denúncia mesmo após terem declarado antes que seriam contra
Thiago Faria, Daniel Bramatti e Cecília do Lago | O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Três partidos que ocupam ministérios no governo de Michel Temer tiveram as menores taxas de “fidelidade” da base aliada durante a votação que barrou o andamento da denúncia contra o presidente nesta quarta-feira, 2. PSDB, com quatro ministérios, e o PV, com um, registraram índices abaixo de 50% de votos a favor do presidente. Já no PPS, dos dez deputados da sigla, só um votou contra a denúncia. O partido ocupa o Ministério da Defesa.
No caso dos tucanos, dos 47 deputados da bancada, 22 foram contra o andamento da denúncia, 21 a favor e 4 se ausentaram. Apesar de um dos mais baixos entre os partidos da base, o índice, de 46,8%, agradou aos ministros tucanos, que esperavam uma maioria pela aceitação da denúncia. Uma ala da bancada na Câmara, os chamados “cabeças pretas”, tem pressionado o partido a desembarcar do governo de Temer.
No PV, partido do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (MA), foram 3 votos a favor da denúncia e 4 contra, incluindo o do próprio ministro, que foi exonerado apenas para reassumir o mandato na Câmara e poder votar nesta quarta-feira.
Enquanto isso, no PPS, do ministro Raul Jungmann, apenas o deputado Arthur Oliveira Maia (BA) votou a favor de Temer. O partido chegou a anunciar o rompimento com o governo após vir à tona a delação da JBS. Na época, o presidente licenciado da legenda, deputado Roberto Freire (SP), entregou o cargo de ministro da Cultura. Um dia depois, porém, o partido reconsiderou a decisão e decidiu permanecer na base aliada de Temer, apoiando as reformas trabalhista e da Previdência, bandeiras do governo. Freire votou pela aceitação da denúncia.
Apenas os nanicos PSL e PEN, com três deputados cada, tiveram 100% dos votos pró-Temer. No PMDB, partido do presidente, a taxa de fidelidade foi de 83,9%, com 52 dos 62 deputados da bancada votando contra a denúncia.
Infiéis. Quatro deputados também surpreenderam ao votar pela aceitação da denúncia mesmo após terem declarado antes que seriam contra. Foi o caso de Luis Carlos Heinze (PP-RS), Stefano Aguiar (PSD-MG), Paulo Magalhães (PSD-BA) e Laercio Oliveira (SD-SE).
Houve também o contrário. O deputado João Campos (PRB-GO), que até a véspera dizia ser incoerente votar contra a denúncia, foi convencido por Temer a mudar o voto. Ele se reuniu com o presidente na véspera. Também mudaram de opinião e votaram com o governo Aluisio Mendes (Podemos-MA), Jaime Martins (PSD-MG) e Dr. Sinval Malheiros (Podemos-SP).
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