Ministro do STF diz que sistema partidário institucionaliza a desonestidade
Miguel Caballero | O Globo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso defendeu ontem que o Congresso Nacional aprove ao menos a cláusula de barreira e o fim das coligações no âmbito da reforma política — as duas medidas foram aprovadas pelo Senado e precisam ser votadas pela Câmara, mas, como houve mudanças no texto, terão de voltar ainda ao Senado. Tudo isso tem de acontecer até 7 de outubro para que as regras valham já nas eleições de 2018. Barroso criticou o modelo de distribuição de recursos entre as legendas.
— O sistema partidário hoje no Brasil, triste como seja, é a institucionalização da desonestidade. Os partidos vivem do acesso e da distribuição do fundo partidário, muitas vezes apropriado privadamente, os partidos têm dono, e da venda do tempo de TV. Todo mundo sabe disso, não é novidade. Precisamos mudar o sistema partidário. Já há proposta aprovada no Senado, para fim das coligações e cláusula de barreira, e é importante que isso passe. Mesmo que seja só para 2022, já é alguma melhora — afirmou Barroso, ao discursar na abertura de uma conferência de empresas do setor de seguros.
O ministro criticou a predominância da economia sobre a Educação no topo da agenda nacional:
— Quando saiu Dilma e entrou Temer, a preocupação geral era saber quem seria o ministro da Fazenda, o presidente do Banco Central, o do BNDES. Todo mundo queria os melhores nomes. E a Educação? Entrou no racha político. Nada pessoal contra o Democratas ou o ministro (Mendonça Filho). Não falo na (pessoa) física. Mas a Educação deveria ser a prioridade mais básica do país.
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