Por Bruno Peres e Lucas Marchesini | Valor Econômico
BRASÍLIA - A nova pesquisa da CNT/MDA divulgada ontem mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando em todos os cenários e simulações de primeiro e segundo turno e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) isolado em segundo lugar. Todos os possíveis candidatos à sucessão, entretanto, contam com limitações importantes para crescerem nas pesquisas.
Dos entrevistados, 54,8% afirmaram que não votariam "de jeito nenhum" em Ciro Gomes (PDT), o quinto colocado. Geraldo Alckmin (PSDB), que aparece em quarto lugar, tem 52,3% de rechaço dos pesquisados. A terceira colocada, Marina Silva (Rede) tem 51,5% neste quesito. Lula aparece com 50,5% de rejeição. Os menores índices são de Bolsonaro fica com 45,4%; e Doria, com 42,9%.
O levantamento mostra a ascensão de Bolsonaro, em uma polarização com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, consolidado em segunda posição em um eventual segundo turno. No primeiro cenário, Lula consegue 32% de intenção de voto e Bolsonaro 19,4%. Marina está com 11,4%; Alckmin com 8,7% e Ciro com 4,6%. Na simulação de segundo turno, Lula venceria Bolsonaro com 40,5% ante 28,5%.
No cenário em que Doria aparece como candidato em lugar de Alckmin, há poucas mudanças. O prefeito paulistano consegue 9,4%. Os percentuais dos demais candidatos oscilam dentro de variações mínimas.
De acordo com a pesquisa, os tucanos perdem todas as simulações de segundo turno que foram testadas. Bolsonaro só perderia um eventual segundo turno para a ex-ministra Marina Silva. O deputado do PSC venceria Alckmin, com 28% dos votos contra 23,8% para o governador paulista; e Doria, com 28,5% para Bolsonaro e 23,9% para o prefeito. A ex-senadora do Rede e o ex-presidente Lula também se impõem sobre os dois políticos do PSDB.
Lula tem seu pior desempenho em segundo turno em um enfrentamento com sua ex-ministra do Meio Ambiente. Nesse cenário, ele tem 39,8% das intenções de voto contra 25,8% de Marina. Lula (41,8%) tem seu melhor desempenho contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato tucano em 2014 que foi retirado das pesquisas por outros institutos depois do impacto provocado pelo seu envolvimento no escândalo das delações da JBS. Neste caso, Lula consegue 41,8% e o tucano fica com 14,8%. Contra Alckmin (23,2%), Lula teria 40,6%. Caso o prefeito de São Paulo seja o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Lula tem 41,6% contra 25,2% de Doria.
Se Marina enfrentasse Doria teria 30,5% das intenções de voto; contra Alckmin (23,6%), teria 28,4%.
Ainda de acordo com a pesquisa, o país segue dividido. O Brasil está em crise política para 94,3% dos entrevistados. Entre essas pessoas, 49,9% acredita que trocar o presidente não resolveria nada, enquanto outros 41,5% responderam que a crise seria resolvida a partir da saída de Michel Temer do Palácio do Planalto.
A avaliação positiva do governo caiu para 3,4% em setembro. Em fevereiro, esse índice foi de 10,3%. Já a avaliação negativa foi de 75,6% ante 44,1%. A aprovação pessoal do presidente variou de 24,4% para 10,1% no período.
Em Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU, Temer foi questionado sobre os resultados da pesquisa. Ele não quis comentar o assunto, retirando-se do local da entrevista, na sede da missão do Brasil da ONU.
Em relação à Operação Lava-Jato, a investigação é aprovada por 78,5% dos entrevistados enquanto 9,3% não aprovam-na. Além disso, 54% dos entrevistados acreditam que a operação está beneficiando o Brasil, enquanto 24 % responderam que ela não está nem ajudando nem atrapalhando e 15,9% opinaram que ela está prejudicando o país.
Sobre a situação do Brasil, 80% julgam que Temer não está fazendo as reformas necessárias enquanto 13,7% acreditam que elas estão sendo tocadas. Em relação ao emprego, 37,2% acreditam que a situação está melhorando e 32,7% acham que o emprego está piorando. Outros 29% não perceberam mudanças. (Colaborou Juliano Basile, de Nova York)
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