Lula, porém, não terá como maquiar todo o desastre econômico da sucessora
Paulo Celso Pereira | O Globo
Com cinco disputas presidenciais nas costas, o ex-presidente Lula sabe que não será possível passar toda a pré-campanha eleitoral de 2018 maquiando o desastre econômico do governo de sua sucessora. Nos 18 meses que separam a vitória de Dilma Rousseff nas urnas de seu afastamento determinado pelo Congresso, o desemprego salta de 6,6% para 11,2%, a inflação dispara, a renda do trabalhador cai e o PIB desaba, demarcando a maior recessão de nossa História.
A entrevista ao jornal espanhol “El Mundo” parece finalmente dar pistas de como o ex-presidente pretende pavimentar a rota pela qual tentará chegar pela terceira vez ao Palácio do Planalto. Trata-se de um equilíbrio tênue em que alardeia a receita econômica de seus dois governos — defendendo investimentos em infraestrutura, recuperação da credibilidade externa e políticas sociais relevantes — com a busca de uma justificativa para o desastre dos últimos anos do PT no poder.
Apesar de liderar todas as pesquisas eleitorais, Lula sabe que, além de superar os processos judiciais, precisa reduzir nos próximos meses sua alta rejeição. Fazer um mea-culpa para os que se sentiram traídos por Dilma é a primeira e mais óbvia tarefa.
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