Ricardo Mendonça | Valor Econômico
SÃO PAULO - Em artigo sobre a eleição presidencial distribuído a executivos da indústria farmacêutica, o presidente-executivo da Interfarma, Antônio Britto, afirmou ser "um erro grosseiro pensar que a discussão de 2018 se esgota na ética".
Para o ex-ministro e ex-governador do Rio Grande do Sul (PMDB) que trocou a política pela carreira corporativa, só vence eleição no Brasil candidato que representa a promessa de "futuro e esperança". Ele escreveu para comentar os resultados da pesquisa Datafolha que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como líder nas simulações para a disputa de 2018 ao mesmo tempo em que a maioria apoia a eventual prisão do petista.
Britto analisou as sete eleições diretas realizadas desde a redemocratização para sustentar essa opinião. Citou que Fernando Collor venceu em 1989 contra "o que estava aí", lembrou que Fernando Henrique Cardoso triunfou como símbolo da esperança por um país com inflação baixa, disse que Lula e Dilma Rousseff venceram como representantes da promessa de políticas de inclusão.
Conforme sua análise, o grupo social que sempre vence eleição é formado por algo como 40% a 50% dos eleitores "que não são ideológicos", que não pertencem a uma região específica, que não possuem plano de saúde e que são as maiores vítimas da violência.
Com o título "É a inclusão, seu estúpido", o texto termina dizendo que a eleição de 2018 está nas mãos de quem é "sensato/responsável": "Ou produzem alternativa inclusiva ou entregam a eleição ao inesperado/demagógico/populista", completa.
A Interfarma é uma associação que representa 55 empresas farmacêuticas de pesquisa, boa parte delas multinacionais. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, as opiniões de Britto não expressam necessariamente as opiniões dos associados. Artigos desse tipo, informou, são distribuídos eventualmente para ajudar o setor a entender o cenário político e econômico do país.
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