Temer divulga vídeo em redes sociais um dia após Câmara barrar segunda acusação formal da PGR; peemedebista diz que ‘agora, é avançar’
Carla Araújo, Felipe Frazão | O Estado de S. Paulo.
BRASÍLIA - No dia seguinte da votação que suspendeu a denúncia por obstrução da Justiça e organização criminosa, o presidente Michel Temer divulgou um vídeo no qual afirma que a “verdade venceu” e que agora é hora de focar no crescimento do País. Na peça, divulgada pelas redes sociais, o presidente disse que durante toda a tramitação da denúncia dedicou parte de sua agenda no corpo a corpo com os parlamentares, agradeceu a cada “deputado e deputada” que ajudou a barrar a denúncia por 251 votos a 233.
“O Brasil é sempre maior do que qualquer desafio e ficou ainda mais forte depois de ter suas instituições testadas de forma dramática nos últimos meses. No fim, a verdade venceu. Prevaleceram as garantias individuais e institucionais da nossa Constituição”, disse o presidente.
Temer, que terá o desafio de reorganizar sua base aliada, focou boa parte de sua mensagem na tentativa de impor uma agenda de retomada da economia e prometeu fazer “ainda mais”, “com a ajuda do Congresso”. “Quero até aproveitar para agradecer às deputadas e aos deputados que na votação de ontem ( anteontem) reafirmaram o compromisso comigo e com o nosso governo”, disse.
Conforme antecipou o Estado no domingo passado, Temer reforçou o bordão de que “agora, é avançar”. “A todos que mantêm a fé no Brasil, a hora é agora. É hora de transformar o País e superar nossos desafios. Agora, é avançar. Vamos continuar a trabalhar, com determinação.”
Como faz rotineiramente nos discursos, o presidente destacou os indicadores macroeconômicos, como a redução da inflação e dos juros desde que assumiu o Palácio do Planalto após a cassação de Dilma Rousseff. Temer afirmou que seu compromisso é tornar o País ainda mais respeitado para atrair investidores. “A normalidade do País nunca foi afetada e agora prossegue ainda mais forte. A verdade dos dados econômicos revela a face real do meu governo”, afirmou.
Suposta crise. À tarde, em um evento restrito a autoridades, e transmitido nas redes sociais do presidente, Temer afirmou que o País não parou e classificou como “suposta crise política” os reflexos das denúncias – a primeira, por corrupção passiva, foi derrubada em agosto e a segunda, por obstrução da Justiça e organização criminosa, anteontem. O ex-procurador-geral Rodrigo Janot embasou as acusações nas delações de executivos do Grupo J&F e do corretor Lúcio Funaro, apontado como operador do PMDB.
“Assumimos o País com recessão e caminhamos de tal forma que neste momento, vejam que nestes últimos cinco, seis meses, sem embargo de uma suposta crise política, que penso tenha final no dia de ontem, ( anteontem) o Brasil não parou”, disse Temer, ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem ele tenta se reaproximar.
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