Marcelo Ribeiro | Valor Econômico
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer cobrou dos aliados do Congresso o apoio à proposta de emenda constitucional (PEC) que estabelece mudanças nas regras da aposentadoria. Temer não escondeu o desconforto com parlamentares que não prestam apoio integral ao governo e que condicionam esse suporte a um benefício específico que os inclua.
"Num dado momento, quando é em favor dos municípios, dos Estados ou de outros interesses, são governo. Quando é uma coisa de interesse de todo o país, não são governo e votam contra. Quero ressaltar que no governo é assim: quem é governo tem que ser governo. Não dá para ser governo em um episódio e não ser governo em outros", disse o presidente, em um crítica ao comportamento da base governista.
Em resposta a uma declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que disse que a base aliada não precisa de um presidenciável que faça uma tatuagem escrita "eu sou Michel Temer" na testa (o que provocou reações do Planalto clamando por defesa do legado de Temer) o presidente disse que o candidato da continuidade desse governo será aquele que defender uma agenda de reformas. "Quem for candidato a presidente e disser que vai continuar ou que terá um governo também de reformas, estará cravando na sua campanha a tese do acerto do nosso governo".
Durante a cerimônia de apresentação dos 18 oficiais-generais promovidos do Exército, Marinha e Aeronáutica, Temer reagiu novamente aos que o criticam por ter encontros com integrantes de outros poderes, como do Legislativo e sobretudo Judiciário. Ele classificou como "desmoralizante' esse tipo de comentário que considera o encontro entre duas autoridades de Poderes diferentes como uma oportunidade de uma influenciar a avaliação de outra.
"No Brasil não temos muito apreço pela hierarquia, pelas instituições. Precisamos reinstitucionalizar o país, [retomar] certa cerimônia no trato entre Poderes é fundamental. Se alguém do Executivo fala com alguém do Judiciário isso já gera uma especulação. É desmoralizante para quem ouve. Se eu falo com alguém do Judiciário e sou capaz de influenciá-lo a ponto de ele mudar de posição pessoal, jurídica ou o que for, é porque ele não se presta para o cargo que exerce", afirmou Temer.
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