Por Raphael Di Cunto, Marcelo Ribeiro e Daniel Rittner | Valor Econômico
BRASÍLIA E ZURIQUE - O Instituto Teotônio Vilela, fundação do PSDB, afirmou, em texto publicado ontem em seu site, que "é evidente" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "e os seus" não desistirão de disputar a eleição presidencial este ano, mesmo com a condenação do petista nesta quarta-feira pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá.
"Luiz Inácio Lula da Silva e seus partidários fizeram tudo para transformar este 24 de janeiro numa data de importância histórica. Buscaram dar contornos épicos ao que é apenas mais um capítulo escrito pela Justiça brasileira", afirma o texto dos tucanos, para quem "Lula foi apenas mais um réu e não um candidato a mártir".
Para o instituto do partido, o PT "fará o possível e o impossível para que Lula esteja na urna eletrônica em outubro" e que o grupo do petista "precisa ser derrotado nas urnas em outubro". "Sua disposição para o tumulto ultrapassa qualquer apreço que possa alimentar pela democracia", afirma o texto.
O instituto conclui a mensagem dizendo que, em outubro, "a população vai escolher se quer ser governada pelo líder da facção que assaltou o Estado brasileiro e carrega nas costas uma sentença de prisão pelos delitos que cometeu" ou "se prefere aprofundar o caminho da recuperação que, a duras penas, o país vem obtendo depois que conseguiu livrar-se do jugo criminoso do PT".
O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), que irá assumir a liderança do partido na Câmara dos Deputados em 2018, afirmou que, com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Judiciário cumpriu o seu papel. O tucano disse ainda que considera a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) é incontestável.
Na avaliação de Leitão, o desfecho do julgamento "mexe no tabuleiro eleitoral". O deputado tucano espera que o TRF-4 termine a análise de eventuais recursos da defesa de Lula até junho: "Para que não vivamos uma eleição com insegurança jurídica".
O tucano afirmou que o PSDB "deve cuidar da vida do PSDB" e não perder tempo colhendo frutos com a condenação do petista. "O PSDB não pode escolher adversário. Tem que plantar suas árvores e não se preocupar em derrubar a dos outros. Quem tem que se preocupar em achar uma alternativa agora é a esquerda", disse o deputado.
No Fórum Econômico Mundial, onde chegou segunda-feira, o prefeito de São Paulo, João Doria, afirmou que "politicamente, o ideal seria o ex-presidente Lula disputar e perder as eleições. E depois, neste primeiro processo ou nos outros seis a que está respondendo, seja condenado e cumpra sentença na prisão. Eu confio na Justiça e acredito na condenação.
Para o tucano, o julgamento não vai ofuscar a mensagem de estabilidade econômica e política que o Brasil tenta vender aos investidores em Davos. "Ao contrário, reforça os valores que sustentam a democracia e as instituições. Seria lamentável, na atual circunstância, se houvesse a absolvição", disse Doria.
"A lisura do Judiciário está sendo observada. Isso reforça, e não diminui, a percepção do Brasil junto aos investidores", afirmou o prefeito paulistano.
No início da tarde, a página oficial do PSDB nas redes sociais que os internautas estavam dando manifestações de apoio à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o texto publicado pelo partido, "as hashtags #CondenaTRF4, #LulaNaCadeia e #TRF4 estão no Trending Topics do Twitter".
"Até o momento, a hashtag #LulaNaCadeia está em segundo lugar na rede e já foi usada mais de 46 mil vezes. O brasileiro está ligado no julgamento do ex-presidente Lula. As manifestações de apoio ao julgamento e ao cumprimento da lei são legítimas", afirmava o texto publicado no site tucano.
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