- O Estado de S.Paulo
Sai o desgaste da reforma da Previdência, entra o discurso de ampla aceitação popular da segurança pública. Para um presidente que começa a flertar com a ideia, que antes descartava, de disputar a reeleição, eis uma troca auspiciosa.
Temer passou a ser incentivado a disputar um novo mandato por um grupo que reúne acólitos, marqueteiros em busca de emprego e parlamentares enrolados na Lava Jato.
O discurso com que tentam convencer o chefe tem vários argumentos: o de que a melhora na economia se fará sentir aos poucos, e mais fortemente próximo à eleição, que ninguém melhor para defender seu legado que ele próprio —se não for para ganhar, algo cuja possibilidade é hoje para lá de remota, ao menos para ter um palanque para elencar suas realizações—, que uma eleição sem Lula torna o resultado imprevisível e, por fim, que ainda não surgiu um nome fora das franjas de polarização da sociedade para galvanizar os votos do chamado centro moderado.
Tudo isso pode até ser verdade, mas nada indica que essa leitura de cenário aponte para o impopular Michel Temer como “o cara” capaz de angariar votos desses órfãos da moderação.
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