Com saída de apresentador, páreo está aberto aos interessados em concorrer ao Palácio do Planalto por este campo político
Maiá Menezes / O Globo
A segunda negativa do apresentador Luciano Huck à sedutora possibilidade de se candidatar à Presidência da República abre vaga em uma larga avenida. A tal em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já demonstrou estar de olho, e por onde circulam nomes como o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o do prefeito da capital paulista, João Doria — este enfraquecido na disputa interna do PSDB, mas ainda “vivo”. Bastidores indicam que mesmo o presidente Michel Temer, cuja impopularidade já se tornou icônica, anda se animando com a possibilidade de transitar pela via do centro, cujo cenário atinge agora o auge da indefinição.
O nome de Huck, incensado por graúdos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, trazia consigo dividendo distinto: a carga de sua popularidade de astro de televisão e o selo de novidade na política. Ocupava, portanto, espaço vasto no campo entre os extremos cujas pesquisas vêm atestando a polarização: o ex-presidente Lula e o deputado Jair Bolsonaro.
Sem o nome do apresentador, os aliados de Alckmin comemoraram. Doria volta a se movimentar. Rodrigo Maia tende a realimentar a mosca azul. Em um segundo e último ano de mandato sem grandes marcas em sua gestão, com uma reforma da Previdência em risco, e já diante de uma agenda intensamente direcionada para a segurança pública, o próprio presidente abastece o fôlego para a corrida na via aberta.
A arena, na fotografia de hoje, se desenha dentro da tal “velha política” — personagem até dos protestos carnavalescos — e se circunscreve à base que sustentou a atual gestão. O páreo zerou.
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