Presidenciável tucano se recuperou de má avaliação de 2015, mas índice é tímido se comparado com 66% de popularidade de 2006
Bruno Boghossian | Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Geraldo Alckmin (PSDB) deixou o governo de São Paulo com índice de aprovação de 36%, segundo pesquisa do Datafolha realizada após sua renúncia para disputar a Presidência. Entre os eleitores paulistas, 40% classificam sua gestão como regular e 22%, como ruim ou péssima.
O tucano encerra seu mandato e entra em uma campanha nacional em condições mais desfavoráveis do que aquelas que apresentava em 2006, quando renunciou para se candidatar ao Palácio do Planalto pela primeira vez.
Ao deixar o governo de São Paulo naquele ano, Alckmin tinha aprovação de 66% dos eleitores do estado. Só 6% classificavam sua gestão como ruim ou péssima. Na disputa presidencial, ele foi derrotado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Os índices atuais do tucano variaram pouco em relação ao levantamento anterior, de dezembro, quando 34% dos eleitores consideravam seu governo ótimo ou bom e 25% classificavam a gestão como ruim ou péssima.
Os números, porém, consolidam uma curva de leve recuperação da popularidade de Alckmin desde que sua popularidade despencou em 2015, primeiro ano de seu último mandato. Na ocasião, o tucano enfrentava os reflexos da crise hídrica paulista e protestos contra um plano de remodelação do sistema público de educação. Em pouco mais de um ano, a avaliação positiva de seu governo caiu de 48% para 28% e a reprovação subiu de 17% para 30%.
EM CASA
Alckmin larga com dificuldades em seu próprio reduto nesta corrida presidencial. A pesquisa do Datafolha mostra que apenas 16% dos paulistas declaram voto no ex-governador. Ele aparece tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro (16%) e Marina Silva (13%), e à frente de Joaquim Barbosa (11%) e Ciro Gomes (8%).
A taxa de aprovação do governo Alckmin é considerada um termômetro importante para seus planos eleitorais. O tucano pretende usar a gestão paulista como seu principal cartão de visitas na corrida pelo Palácio do Planalto.
Além disso, uma popularidade alta no estado poderia turbinar o potencial de votos do tucano em casa—o que compensaria obstáculos previstos por seus aliados no Norte e no Nordeste.
DE SAÍDA
A maior parte dos eleitores paulistas (64%) afirmou que Alckmin fez pelo estado menos do que o esperado. Outros 22% responderam que ele cumpriu as expectativas e 8% dos entrevistados disseram que ele as superou.
Saúde e violência foram citados como os maiores problemas do estado. Cada uma das áreas foi mencionada por 24% dos eleitores. Em seguida, aparecem educação (13%), desemprego (13%) e corrupção (4%).
Os paulistas ficaram divididos em relação à renúncia de Alckmin para disputar a Presidência: 47% disseram que ele agiu bem e 46% responderam que ele agiu mal.
Assim como nas eleições que disputou, Alckmin se manteve mais forte no interior do estado, onde 42% dos eleitores consideram seu governo ótimo ou bom. Na capital, esse índice é de 26%.
A popularidade do tucano também é maior entre eleitores que concluíram apenas o ensino fundamental (45%). No grupo com ensino superior completo, sua taxa de aprovação é de 28%.
O Datafolha ouviu 1.954 eleitores em 68 municípios de São Paulo de quarta (11) a sexta (13). A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número SP 04706/2018.
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