Ex-prefeito é um dos responsáveis pela coordenação do programa de governo de Lula
Ana Luiza Albuquerque | Folha de S. Paulo
CURITIBA - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou a jornalistas nesta terça-feira (24) que o encontro com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), relatado pela Folha, não significa nada além do desejo de fortalecer a esquerda para as eleições.
Haddad é um dos responsáveis pela coordenação do programa de governo do ex-presidente Lula, que se encontra preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). Haddad e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, falaram à imprensa na vigília estabelecida por apoiadores de Lula, em frente à PF.
O ex-prefeito disse que foi ao encontro, que contou com a presença do ex-ministro Delfim Netto e do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, como membro da organização do programa de governo de Lula. Ele disse que o tema foi a economia, e não a política.
"Me encontrei já com o Boulos [Guilherme, candidato à Presidência pelo PSOL], com a Manuela [D'Ávila, presidenciável pelo PC do B]... Esse canal tem que estar desobstruído."
Segundo Haddad, o programa de Lula foi definido pelo próprio ex-presidente, a partir do que ele espera para um terceiro mandato. "O presidente Lula definiu a arquitetura do plano."
Haddad afirmou que os partidos de esquerda precisam se respeitar e que legendas como PDT, PSOL e PC do B têm mantido um grau de solidariedade em relação ao ex-presidente.
Questionado se a fragmentação da esquerda não é prejudicial, Haddad respondeu que a direita está ainda mais fragmentada e que cada partido tem sua autonomia e estratégia. "Estamos conversando, mas cada um vai construir o próprio caminho."
TRANSFERÊNCIA
Conforme noticiou a Folha, a Polícia Federal pediu que Lula seja transferido da Superintendência em Curitiba. Gleisi afirmou que não cabe ao PT definir o lugar para o cumprimento da pena, mas que não querem que Lula vá para um local mais isolado.
"Eles querem levar para onde? Eles queriam trazer para Curitiba e agora não dão conta da grandeza do presidente?", questionou. A presidente do PT ressaltou que haverá movimentação política em qualquer lugar onde Lula ficar instalado. "Ele é muito grande para ficar preso."
Quanto à proibição das visitas de amigos, definida pela juíza Carolina Lebbos, Gleisi disse que a defesa de Lula entrou com um recurso no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) para tentar reverter a decisão.
Gleisi também comentou a mensagem enviada por Lula para o diretório nacional. Ela afirmou que não procede o entendimento de que o ex-presidente estaria abrindo mão de sua candidatura.
Segundo ela, o petista quis dizer que o partido tem liberdade para estabelecer sua estratégia —que ele é um filiado e que vai se submeter.
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