- Diário do Poder
O governo negociou e atendeu às reivindicações dos grevistas dos transportes.
Não houve a contrapartida necessária, por parte dos manifestantes, com a volta dos caminhões às rodovias e estradas e a retomada do abastecimento.
Desnudou-se o caráter do movimento grevista.
Na primeira nota do movimento, reivindicava-se, como primeiro item, o voto impresso nas eleições de 2018.
Tal reivindicação nada tem a ver com a natureza das questões envolvidas nos transportes, mas sim, com a plataforma de determinado candidato de ultradireita, em nada interessado nas reivindicações específicas dos caminhoneiros e mesmo de empresas do setor.
Ontem, governo e grevistas chegaram a um acordo, cujo mérito não é escopo deste artigo discutir agora.
Já durante a negociação, determinada liderança ausentou-se, alegando desconfiança no governo.
Exigia garantias de que o Congresso aprovaria a eliminação de determinado imposto. Ou seja, queria o Congresso, Senado e Câmara ajoelhados diante do que se proclamou representar.
Restou demonstrado que há interesses turvos, que não querem negociar, apenas almejam desestabilizar a democracia.
Não cabe tergiversar com quem coloca em risco à democracia e nossas liberdades.
Só democrata desavisado imagina que do desabastecimento generalizado, que uma greve como essa provoca, as instituições do Estado de Direito se sustentam e se fortalecem.
Nunca é demais lembrar da tragédia chilena com a deposição de Allende e instauração da ditadura de Pinochet. Tudo começou com uma greve de caminhoneiros.
O governo federal acaba de tomar as medidas acertadas para restabelecer ordem e defender a população, sempre a maior vítima de qualquer desabastecimento. E mais com a determinação de respeitar o acordo estabelecido com o comando do movimento grevista.
Não cabe vacilação.
Os democratas devem dar todo apoio às medidas anunciadas pelo governo federal que, dentro da legislação do Estado de Direito Democrático, possam garantir o pleno exercício das liberdades e dos direitos da cidadania brasileira.
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Roberto Freire é presidente do PPS (Partido Popular Socialista)
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