Apoio do bloco ao partido de Alckmin ainda tem que acertar ponteiros regionais
Daniel Carvalho , Marina Dias e João Pedro Pitombo | Folha de S. Paulo
BRASÍLIA E SALVADOR -Para consolidar a aliança nacional em torno de Geraldo Alckmin na eleição, PSDB e centrão —grupo formado por DEM, PR, PP, SD e PRB— terão que acertar os ponteiros nos estados. Também será preciso evitar que parte do grupo desgarre, como já ameaça fazer o deputado Paulinho da Força (SP), do Solidariedade.
O PSDB enfrenta diretamente partidos do bloco em ao menos nove estados —número que deve mudar até 5 de agosto, fim das convenções partidárias.
Uma das principais preocupações é Minas, onde Antonio Anastasia (PSDB) e Rodrigo Pacheco (DEM) pretendem disputar o governo. Tucanos querem oferecer a Pacheco a vaga do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, após o desgaste provocado pela Lava Jato, vem sendo pressionado a não tentar se reeleger.
A possibilidade de desistência é considerada na cúpula do DEM, mas não é vista com simpatia por Pacheco. "Tive a garantia por parte da direção nacional de que estarei liberado aqui para a aliança que acharmos devida", disse.
Apesar de o DEM cogitar também abrir mão de disputar o governo de Santa Catarina e anunciar João Paulo Kleinübing como vice de Esperidião Amin (PP), ainda há a pré-candidatura de Paulo Bauer (PSDB).
Em 14 estados, a nova aliança nacional também vai ter que lidar com embates entre candidatos de diferentes partidos apoiados por tucanos ou integrantes do centrão.
É o caso, por exemplo, de São Paulo, onde João Doria (PSDB) tem apoio de DEM, PP, PSD e PRB, mas enfrenta Márcio França (PSB), que conta com o PR.
Em algumas legendas do centrão, lideranças articulam para que, mesmo com a aliança nacional, os estados não sejam obrigados a seguir a mesma orientação. O PR é um dos que vai liberar seus diretórios por causa de questões regionais.
O Nordeste deverá ser o principal foco de problemas para Alckmin. Na região, a maioria dos partidos do centrão está alinhada com candidatos a governador à esquerda e deve subir no palanque de outros presidenciáveis.
Em Pernambuco, o PSDB avalia desembarcar da pré-candidatura de Armando Monteiro (PTB) para lançar o deputado Bruno Araújo ao governo. No estado, Alckmin não tem palanque, já que os três atuais pré-candidatos apoiam o ex-presidente Lula.
No Ceará, o general Guilherme Teophilo (PSDB) dará espaço ao presidenciável tucano, mas todos os partidos do centrão devem firmar aliança com o governador Camilo Santana (PT), candidato a reeleição, e apoiar Ciro Gomes (PDT) para o Planalto.
O mesmo deve acontecer no Maranhão, onde os aliados nacionais de Alckmin vão apoiar Flávio Dino (PC do B).
Na Bahia, PSD, PR e PP vão apoiar o governador Rui Costa (PT) e devem dar palanque ao candidato petista ao Planalto, seja o ex-presidente Lula ou o nome que vier a substituí-lo. "Não posso ir para o palanque de um candidato a presidente que seja adversário do meu candidato a governador. Diria que é impossível nós da Bahia apoiarmos Alckmin", afirma o deputado José Rocha (BA), líder do PR, partido que indicará o vice do tucano, o empresário Josué Alencar.
No nível nacional, Paulinho da Força retomou conversas com Ciro após ser pressionado por líderes sindicais. O pedetista é favorável a rever a reforma trabalhista, o que agrada às centrais sindicais.
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