Pré-candidata da Rede aguarda definição até sábado e aposta em Eduardo Jorge, que concorreu à Presidência em 2014
Jeferson Ribeiro e Maria Lima | O Globo
RIO E BRASÍLIA / A pré-candidata da Rede, Marina Silva, afirmou, ontem, que aguarda uma resposta positiva do Partido Verde para fechar aliança nacional e tornar o exdeputado Eduardo Jorge como seu vice na disputa presidencial. Médico sanitarista e candidato a presidente em 2014, Eduardo Jorge disse que aceita ser o vice na chapa de Marina se as direções da Rede e do seu partido se acertarem até sábado.
— Nós estamos aguardando a resposta do Partido Verde. Nós temos uma comissão eleitoral que está fazendo esse debate. O Eduardo Jorge teve um gesto (positivo) e ele é um nome que dentro do PV que estamos em dialogando —afirmou a ex-senadora, em entrevista à GloboNews.
Coordenador político da Rede, Pedro Ivo disse que todas as fichas estão sendo apostadas na negociação com o PV, e que Marina chegará à convenção que homologará sua candidatura com o impasse do vice resolvido. Eduardo Jorge disse ao GLOBO que aceitaria a vaga como uma nova missão para ajudar o Brasil.
—Eu fui candidato a presidente em 2014 em uma missão para ajudar o PV. Nós precisávamos ter um candidato, e gente mais preparada que eu não quis. Então, eu fui, em missão. Fiz o meu papel. Desde os 16, 17 anos eu venho enfrentando missões porque eu gosto do Brasil, não é por mim não. Se eu for vice de Marina será um nova missão —afirmou.
À GloboNews, Marina ainda comentou a prisão do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem manteve relação muito próxima durante sua trajetória política. Marina disse que “ninguém fica feliz coma prisão” do petista, mas lembrou que anão se pode ter dois pesos e duas medidas para quem cometeu crimes e foi condenado.
— Eu acho que nenhum brasileiro fica feliz com um ex-presidente coma trajetória que ele teve e estar onde está. Masal e ié para todo senão se pode ter dois pesos e duas medidas. Ét riste oque está acontecendo? É. Ma sé aleie tem que ser cumprida — afirmou a presidenciável da Rede.
Hoje, de acordo com as últimas pesquisas, Marina é uma das candidatas mais favorecidas nos cenários sema presença de Lula, condenado em segunda instância no caso do tríplex e, portanto, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Na entrevista, a pré-candidata da Rede negou que apoie a volta da CPMF e confirmou que pretende rever trechos da reforma trabalhista.
—Não vou revogar, mas vou mudar os pontos draconianos. Uma mulher não tem que trabalhar em áreas de risco para ela e seu bebê. Isso eu vou mudar. Não é possível permitir que se determine apenas meia hora de almoço, ainda mais quando se sabe que a maioria dos acidentes de trabalho ocorre após esse período. Isso é draconiano. Sempre defendia liberdade e a autonomia sindical, mas precisa definir algum mecanismo para que os sindicatos não fiquem tão precários — argumentou.
Sobre a reforma da Previdência, a candidata não quis responder sobre suas propostas de idade mínima para homens de mulheres em uma nova legislação sobre o tema. Reconheceu apenas que a lei atual precisa de modificação.
Mais cedo, a campanha de Marina usou uma conta da pré-candidata em rede social para criticar o deputado Jair Bolsonaro (PSL). Fazendo referência a declarações do ex-capitão ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite de segunda-feira, Marina ironizou em seu Twitter: “Alguém que pergunta no ‘Posto Ipiranga’ questões como saúde e educação não merece o pit stop do voto de ninguém”.
Bolsonaro se referiu ao posto ao mencionar sua relação com o economista Paulo Guedes, responsável pelas propostas econômicas do candidato do PSL. Como admite não entender de economia, Bolsonaro pede que qualquer pergunta específica sobre o tema seja direcionada ao seu orientador econômico. A primeira vez em que o pré-candidato usou a expressão, que vem repetindo, foi em entrevista ao GLOBO, na semana retrasada.
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