Por Fabio Murakawa | Valor Econômico
BRASÍLIA - Presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) disse ontem que o diretório nacional do partido pode derrubar a resolução do diretório da legenda no Ceará que forçou o senador José Pimentel a abdicar de sua reeleição.
A decisão foi anunciada no sábado e tem como pano de fundo uma "aliança branca" entre o governador Camilo Santana (PT) e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB). Santana patrocinou a medida para facilitar a reeleição de Eunício, que no último ano se converteu de ferrenho opositor a aliado do governador.
O recurso será apresentado por um ou mais membros do diretório nacional, descontentes com a decisão. "Nós devemos ter um recurso a esse respeito no diretório nacional. Já formos avisados disso, vamos discutir essa situação no diretório", disse Gleisi.
Um influente parlamentar do PT, contrário ao pacto entre Camilo e Eunício, disse ao Valor que o acordo tem a bênção do ex-presidente Lula. Mas Gleisi rechaça essa versão. "É importante avisar que o presidente Lula não mandou nenhuma carta de apoio ao Eunício, o PT não declarou apoio a Eunício nem vamos apoiá-lo", disse. "Temos uma posição contrária a ele, o governador sabia disso."
Gleisi reuniu-se ontem com os presidentes de legendas de esquerdas na sede do PSB, em Brasília. Ao fim do encontro, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que o partido cogita indicar o ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci e o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda para a vice-presidência em uma eventual chapa com o PDT de Ciro Gomes ou com o PT. Lacerda já havia descartado, ontem, essa possibilidade. Mas admitiu que a legenda ainda sequer decidiu se comporá alguma chapa.
O partido, que tem convenção marcada para domingo, só deve resolver sua posição de última hora. A maioria dos diretórios estaduais gostaria de apoiar Ciro, enquanto Pernambuco defende uma aliança com o PT, mesmo sem Lula.
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