Por Marcelo Ribeiro e Vandson Lima | Valor Econômico
BRASÍLIA - A equipe de campanha do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, trabalha para encontrar a melhor fórmula para "desidratar" Jair Bolsonaro, seu concorrente ao Planalto pelo PSL. Preocupados com a performance do deputado do Rio na preferência dos eleitores, os tucanos têm realizado uma série de pesquisas qualitativas para definir como serão seus primeiros programas na televisão.
O objetivo é conseguir, a partir das inserções na TV, fazer Alckmin decolar e abalar a base de apoio a Bolsonaro. Entre os materiais testados há vídeos que têm o candidato do PSL como tema central e alvo de ataques do ex-governador de São Paulo.
Na avaliação de auxiliares do tucano, uma abordagem incisiva de Alckmin, na linha do comportamento de Marina Silva no debate da RedeTV, deve prevalecer. A dúvida, por ora, é quando colocar programas mais críticos a Bolsonaro no ar. Alckmin e seus principais aliados entendem que é preciso deixar munição guardada para um segundo momento.
PSDB ainda estuda como atingir Bolsonaro
A equipe de campanha do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, está em busca da melhor fórmula para desidratar Jair Bolsonaro (PSL). Preocupados com a performance do adversário nas pesquisas, em que permanece em um estável primeiro lugar no cenário sem Lula - faltando apenas 40 dias para o primeiro turno -, os tucanos realizam pesquisas qualitativas para definir como serão os primeiros programas da campanha de Alckmin.
Entre os materiais testados, há vídeos que tem o candidato do PSL como tema central e alvo de questionamentos. Os aliados querem entender como o eleitorado avalia que Alckmin deve se posicionar em relação ao Bolsonaro - em tom mais agressivo ou crítico, sem exaltações.
Na avaliação de auxiliares do tucano, uma abordagem mais incisiva deve prevalecer, em linha com o comportamento da candidata da Rede, Marina Silva, durante o debate da RedeTV!. O episódio foi visto como o momento mais negativo para Bolsonaro desde o registro de sua candidatura.
Segundo interlocutores de Alckmin, o ex-governador de São Paulo está convicto de que atacar Bolsonaro é "inevitável", caso ele queira chegar ao segundo turno.
Em alguns dos materiais testados por sua equipe, Alckmin dirá que os problemas do país não serão resolvidos "no grito" e "com base na violência".
Em outra gravação, o candidato do PSDB explorará temas relacionados ao universo feminino, para potencializar a rejeição já elevada que Bolsonaro tem entre as mulheres.
A preocupação de encontrar o tom adequado é "não perder a mão" nas críticas e assegurar que o eleitorado, hoje do PSL, migre para o tucano.
A dúvida, por ora, é quando colocar esses programas contrários a Bolsonaro no ar. Alckmin e seus principais aliados acreditam que é preciso deixar a munição guardada para um segundo momento.
Esperançosos, eles acreditam que Bolsonaro vá desidratar já nos primeiros dias de campanha, em função de seu desaparecimento no programa eleitoral - ele terá poucos segundos de exposição na televisão.
Ontem, o tucano lançou um vídeo para apresentar o novo jingle da campanha.
A música, que mistura forró e sertanejo, critica a ex-presidente Dilma Rousseff e o presidente Michel Temer, afirmando que "não dá para olhar para trás". Bolsonaro aparece na tela quando a canção entoa a frase "não dá para errar de novo".
Dirigentes do PSDB e de partidos aliados que compõem o Centrão acreditam que a força atribuída a Bolsonaro nas pesquisas se explica por ele estar trabalhando há quase dois anos em sua campanha presidencial.
"Tudo é recall. Bolsonaro foi muito mais visto como provável candidato à Presidência desde 2016", avalia uma fonte. "Com o pouco tempo de televisão, é natural que ele caia nas próximas pesquisas".
Por isso, parte dos estrategistas defende que o material produzido para enfraquecer Bolsonaro fique na gaveta. "Não queremos e não devemos gastar a munição logo no início", conclui um dos articuladores da campanha.
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