Por Estevão Taiar | Valor Econômico
SÃO PAULO - A candidata do Rede à Presidência da República, Marina Silva, fez críticas duras e recorrentes à ex-presidente Dilma Rousseff ontem. "Não foi o [presidente americano Donald] Trump quem inventou as fake news. Foram a Dilma e o João Santana, contra mim", disse, referindo-se também ao marqueteiro da campanha petista de 2014. As declarações foram dadas durante sabatina promovida pelo jornal "O Estado de S. Paulo" em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).
No primeiro turno da última eleição presidencial, quando Dilma, Marina e Aécio Neves (PSDB) disputavam as duas vagas do segundo turno, Santana produziu um vídeo que mostrava a comida sumindo da mesa de uma típica família brasileira como consequência da aprovação da autonomia do Banco Central. Favorável à autonomia da autoridade monetária, Marina era citada nominalmente no vídeo, fator que contribuiu para que ela ficasse fora do segundo turno.
Em outros momentos, Marina fez críticas abertas ou veladas a Dilma, mas foi menos enfática em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ex-ministra de Lula e apontada como uma das principais beneficiadas pela provável impugnação da candidatura dele, Marina afirmou que o ex-presidente estava "pagando" pelos "erros graves que cometeu". "Mas não vou ficar tripudiando" em cima da prisão do líder petista, disse.
Durante a sabatina, a candidata do Rede defendeu a reforma do Judiciário, mas destacou a importância da "independência dos Poderes" e disse que a iniciativa precisaria partir do Congresso. Ela também classificou como "espontânea" a discussão no último debate presidencial com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, a respeito da diferença salarial entre mulheres e homens. "Uma hora a verdade aparece", disse.
Marina fez ainda um discurso voltado ao público feminino. "Muitas mulheres como eu têm que provar o tempo todo que pensam, que são inteligentes", afirmou.
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