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O que falta ser escrito
A 49 dias do primeiro turno da próxima eleição presidencial, a pergunta de não sei quantos bilhões de dólares não é mais sobre os candidatos que disputarão o segundo turno – mas sobre qual será o candidato que no segundo turno enfrentará Jair Bolsonaro (PSL).
Desvalorizou-se, pois, o valor da resposta à pergunta original. Salvo um acidente de campanha, que por acidente é difícil de prever e não se pode descartar, Bolsonaro chegará ao segundo turno em 28 de outubro empurrado pelos eleitores já assumidos dele, e pelos enrustidos.
Não se despreze esses. Há, sim, um grande número deles que por vergonha ou timidez prefere não revelar que votará no capitão – seja para não ter que oferecer muitas explicações aos cobradores, seja por temer ser mal avaliado nas rodas dos pretensos bem pensantes.
Em 1989 foi assim com parte dos eleitores que empurraram Fernando Collor rampa acima do Palácio do Planalto. Em São Paulo, o deputado Paulo Maluf sempre contou com a ajuda dos eleitores envergonhados de confessar que votariam nele. Contaria outra vez se não estivesse preso.
Pesquisa de intenção de voto costuma ser um retrato do passado como dizem os que são do ramo. Mas a levarem-se em conta as características especiais destas eleições e à resiliência (êpa, perdão!) de Bolsonaro, elas parecem indicar com certa clareza o que está por vir.
Trata-se de saber se será bem-sucedido o plano traçado por Lula no cárcere de Curitiba de pôr seu substituto no segundo turno. Ou se Geraldo Alckmin (PSDB) surpreenderá seus aliados de fé e os que fingem apoiá-lo com um crescimento rápido na reta final da campanha.
Tirar da fila do Serviço de Proteção ao Crédito os brasileiros endividados não bastará a Ciro Gomes (PDT) para garantir-lhe a chance de enfrentar Bolsonaro. Por fragilidade partidária e pessoal, Marina Silva (REDE) está mais para santa do que para presidente dos desvalidos. Por ora, é só.
Previsão do tempo
O ano que abalou o mundo
Há 50 anos, em uma edição histórica, o Jornal do Brasil estampou no alto de sua primeira página, em pleno verão carioca, na seção sobre a previsão do tempo: “Tempo negro, temperatura sufocante, o ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos.”
Foi no dia 14 de dezembro de 1968. Horas antes, o governo do presidente Costa e Silva havia decretado o Ato Institucional nº 5, que suspendera direitos e garantias e fechara o Congresso. Finalmente, a ditadura branda de 64 tirava a máscara e se assumia como tal.
Não, nada a ver com o que o futuro próximo possa reservar ao país. Apenas adianto uma informação que estará em breve no twitter @1968agora – que acompanha momento a momento o que aconteceu no ano que abalou o mundo e entrou para a história. Vá lá!
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