Campanha tucana tem utilizado declarações pregressas do deputado federal em seus spots no rádio e na TV
Marcelo Osakabe | O Estado de S.Paulo
O candidato do PSDB à Presidência nas eleições 2018, Geraldo Alckmin, negou que em sua campanha na TV e no rádio esteja atacando o deputado Jair Bolsonaro (PSL), adversário na disputa por uma vaga no segundo turno. "Não há nenhum ataque. O que mostramos é o ele que fala. Se o que ele fala é ataque, o problema é dele", disse o tucano neste domingo, 2, em São Bernardo do Campo.
O ex-governador de São Paulo ainda foi questionado sobre a resposta que a campanha do PSL postou nas redes, ligando-o ao escândalo da merenda durante sua gestão à frente de São Paulo. "Ele é mal informado ainda, porque a questão da merenda foi o Estado que apurou junto com o Ministério Público. Não havia envolvimento de ninguém do governo, o que havia eram estelionatários nas cooperativas prejudicando os cooperados."
Desde sexta-feira, a campanha do PSDB tem utilizado declarações pregressas do deputado nos spots de rádio e TV. Uma delas, por exemplo, mostra o presidenciável gritando com a deputada federal Maria do Rosário (PT) no salão verde da Câmara e a chamando de "vagabunda". "Você gostaria de ser tratada desse jeito?", pergunta a narradora da inserção.
Outro vídeo não traz declarações do candidato, mas também é endereçado ao capitão reformado do Exército. Inspirado em uma campanha de desarmamento do Reino Unido, o vídeo mostra um projétil acertando diversos objetos que representariam fome, analfabetismo, crise hídrica, entre outros. "Não é na bala que se resolve", termina o vídeo, antes que a bala acerte a cabeça de uma garota.
Apesar do tom na campanha televisiva, Bolsonaro não foi alvo de um único comentário direto no evento deste domingo. Ao invés disso, os aliados aproveitaram que estavam no berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT para atacar o tradicional adversário.
"Fiz questão de vir aqui porque São Bernardo é terra daquele criminoso que está preso em Curitiba", afirmou o ex-prefeito e candidato ao governo do Estado, João Doria, que também aproveitou para se dirigir ao provável substituto do líder petista na chapa, depois de Lula ter sua candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
"Fernando Haddad não gostava de trabalhar, quando era prefeito começava às nove horas e terminava às seis e meia, não trabalhava no fim de semana, não é como eu, Geraldo ou Orlando (Morando, prefeito da cidade)", afirmou Doria.
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