- Folha de S. Paulo
Por enquanto, prever o resultado da disputa presidencial é como apostar num cassino
Bolsonaro, Marina, Ciro, Alckmin e Haddad. Vai ficar com um desses cinco, parece, a faixa presidencial. Quais são as chances de cada um ainda é difícil avaliar.
Parta do básico, prega a boa técnica, e atualize os cálculos com as informações que surjam. Na largada, cada um tem 20% de chances de sagrar-se vencedor e 40% de estar entre os finalistas caso haja segundo turno.
Os dados das pesquisas eleitorais recomendam aumentar um pouco as probabilidades de Bolsonaro, Marina e Ciro chegarem à final, à custa das do tucano e do petista. A chance de vitória da candidata da Rede numa rodada decisiva também cresce.
É razoável supor que ainda subsista grande déficit de informações na massa do eleitorado acerca de quem são os postulantes. Essa lacuna será preenchida nas próximas cinco semanas, mas não de forma equânime.
Alckmin e Haddad, nessa ordem, serão bem mais expostos no rádio e na TV do que os outros três competidores. Nossa continha agora tem de rumar na direção contrária da que considerava só números de pesquisas.
Volta-se para perto da situação em que prever mal se distingue de lançar uma moeda esperando que dê cara.
Pobre Nate Silver. O prodígio norte-americano das estimativas teve a reputação abalada na eleição de 2016 justamente porque a disputa marchou para o terreno em que impera a variação natural, aleatória, dos fatos.
Seu modelo na véspera da votação conferia algo como 70% de chances de vitória a Hillary Clinton. De nada adiantaram seus alertas para que se tomasse a cifra com cautela.
Uma probabilidade de 30%, afinal, representa possibilidade bastante concreta de vitória. Quem não gostaria de apostar na Mega-Sena com uma chance em pouco mais de 3 de ficar rico, e não com uma em 50 milhões, como acontece em regra?
O ex-presidente Fernando Henrique, sem ter feito carreira no mundo das curvas probabilísticas, prevê que Bolsonaro estará no segundo turno. É palpite. Dê o seu também.
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