Andrea Jubé | Valor Econômico
BRASÍLIA - O futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou na tarde deste domingo, que a “posse de uma arma [de fogo]se assemelha à posse de um automóvel”. Ele deu a declaração durante uma coletiva de imprensa num intervalo do segundo ensaio da posse presidencial.
O general Heleno ponderou que as estatísticas sobre vítimas de homicídio por arma de fogo e acidente de carro indicam números aproximados. Ele disse que, aproximadamente, 50 mil pessoas são vítimas de acidentes de automóveis ao ano. “Se for considerar isso, vão proibir alguém de dirigir”, completou.
Heleno lembrou que o decreto que vai liberar a posse de arma de fogo aos brasileiros que não tenham antecedentes criminais foi uma promessa de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele ressaltou que a medida é comum em dezenas de países para a “defesa da vida e da propriedade” do cidadão.
Neste sábado, Bolsonaro antecipou o anúncio da medida - que tem o aval do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro - pelas redes sociais.
Segundo dados do Atlas da Violência 2018, o Brasil tem uma média de homicídios 30 vezes maior que os países europeus. Em 2016 - último ano alcançado pelo levantamento -, 62,5 mil brasileiros foram vítimas de mortes violentas. Desse total, 71% por armas de fogo.
Em contrapartida, segundo dados do Observatório de Segurança Viária relativos a 2017, cerca de 3,5 mil pessoas morreram ao mês no Brasil vítimas de acidentes de trânsito. O número sobe 12% em dezembro - totalizando cerca de 43 mil mortes no trânsito em 2017.
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