Por César Felício | Valor Econômico
SÃO PAULO - O PPS deve mudar de nome no próximo mês, quando irá realizar seu congresso nacional e adaptar-se para tentar abrigar filiados do Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva (AC), e de movimentos de renovação política, como o Agora!. De acordo com o presidente nacional da sigla, deputado federal Roberto Freire (SP), não reeleito, o partido poderá passar a se chamar "Cidadania", ainda que a escolha não esteja fechada.
Há uma discussão se o novo nome da legenda terá uma ou duas palavras. O que está cedido é que as expressões "partido" e "socialista" deverão ser eliminadas. " É necessário mudança porque o mundo mudou. Não podemos ficar presos a certos paradigmas", disse o deputado.
O apresentador de TV e empresário Luciano Huck, que participa de dois movimentos de renovação, o RenovaBR e o Agora!, deverá ser convidado, ainda que tenha descartado filiar-se a alguma sigla. Em entrevista ao jornal "Estado de S.Paulo" publicada ontem, Huck disse que uma reorganização partidária será necessária e converge para um novo partido, ideologicamente situado no centro, já que a cláusula de barreira incentivará os partidos pequenos a se unirem para sobreviver.
"Huck já está fazendo política, mas não vai fazê-la dentro de partidos, há tempo para isso", afirmou Freire, que identificou uma divergência entre o PPS e o apresentador. Huck evita se colocar como oposição, ao passo que a sigla, já reformulada, deve se colocar nessa posição.
O Congresso do PPS começa no dia 25 de janeiro, seis dias depois do Rede Sustentabilidade, realizar seu congresso extraordinário para discutir o próprio destino. Marina concorreu este ano à presidência e terminou em oitavo lugar, com 1%. O partido elegeu apenas uma deputada federal e não cumpriu a cláusula de barreira, ao contrário do PPS. Na eleição municipal de 2020, não poderá fazer coligações. Por ter sido criado há menos de cinco anos, o Rede não pode se fundir ou ser incorporado por outra sigla.
A legenda de Marina criou dois grupos de trabalho, um para avaliar a possibilidade de sobreviver mesmo sem fundo partidário e sem horário gratuito no rádio e televisão, e outro para estudar como poderia ser feita uma integração com outro partido.
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