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Bom dia, presidente!
Por mais que não pareça, o presidente eleito Jair Bolsonaro, a ser diplomado logo mais em Brasília pelo Tribunal Superior Eleitoral, está sob freios e assim deverá governar a partir de 1º de janeiro.
Nada de mal há nisso, pelo contrário. Presidente da República concentra tantos poderes que é grande a tentação de usá-los no limite ou de ir além. Daí os freios naturais.
Freio dos que votaram nele e cobram resultados para ontem. Freio dos que não votaram por discordar de suas ideias. Freio do Congresso do qual dependerá para qualquer coisa. Freio da Justiça que zela pela lei.
Tais freios e outros mais estão previstos na Constituição que todos juram respeitar, mas Bolsonaro é um caso especial. Ninguém antes dele se elegeu com a promessa de “quebrar o sistema”.
A valer o que disse durante a campanha, Bolsonaro quer restaurar um país carente de freios como o que existiu há 50 anos. O capitão cerca-se de generais e afins para governar em tributo ao passado.
Difícil que consiga, mas tentará. Todo cuidado é pouco.
Cabe a Queiroz matar no peito
O porta-voz do motorista
Admirável o empenho do presidente Bolsonaro em defender sua cria – no caso, o deputado Flávio, senador eleito pelo Rio de Janeiro, cujo ex-motorista, Queiroz, está sendo investigado por ter movimentado em um ano mais dinheiro do que ganhou.
Flávio cobra explicações de Queiroz. O general Mourão, o vice, também. Queiroz se esconde e silencia. Por ele, fala Bolsonaro. A conta de Queiroz no banco recebeu depósitos de colegas dele, solidários com suas dificuldades. Normal, segundo afirmou Bolsonaro.
Como normal, já que o conhecia há muito tempo, que Queiroz devesse a ele, Bolsonaro, mais de R$ 40 mil, e não a Flávio, seu patrão. E que parte do dinheiro fosse parar na conta de Michelle, a futura primeira dama. Afinal, Bolsonaro não tem tempo para descontar cheques. Ontem, teve.
Normal também que a mulher e duas filhas de Queiroz tenham sido funcionárias do gabinete de Flávio – e, uma delas, do gabinete de Bolsonaro em Brasília. Eram pessoas amigas e de confiança. Não havia como imaginar que se envolveriam em confusões.
Mesmo assim, Bolsonaro quer que Queiroz se explique. Se Queiroz não matar no peito, o laranjal desaba.
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