Mas não se deve achar que conhecimentos pessoais resolvem tudo na diplomacia
As declarações simpáticas de Trump sobre a intenção do presidente Bolsonaro de fazer seu filho Eduardo, deputado federal, embaixador brasileiro em Washington animaram opai. Ele espera construir uma ponte em direção ao centro do poder do Executivo americano. Pretende com isso executar alguns dos seus projetos, por exemplo o de atrair empresas mineradoras para explorar jazidas em reservas indígenas na Amazônia.
A viagem do presidente brasileiro aos Estados Unidos já havia demonstrado haver uma boa química entre ele e Trump, certamente reforçada por afinidades ideológicas e pessoais.
O Brasil precisa mesmo se reaproximar dos Estados Unidos, o segundo parceiro comercial do país, superado pela China. Mas com a diferença importante em favor dos negócios com os americanos: eles compram do Brasil prioritariamente produtos manufaturados, enquanto os chineses concentram as importações em alimentos. Dois parceiros, claro, a preservar.
Há uma chance de esta possível maior proximidade recuperar o tempo perdido, ou parte dele, nos 13 anos do lulo-petismo no poder, quando, por um anacrônico antiamericanismo, o Brasil deixou em segundo plano o comércio com os EUA, e fez a aposta errada de que a Organização Mundial do Comércio( O MC) conseguiria completara Rodada de Doha, para a liberalização de todo o comércio internacional.
Não deu certo, como fora alertado, e o Brasil, junto com o Mercosul, perdeu oportunidades de estabelecer acordos bilaterais. Co moeste coma União Europeia, firmado pelo bloco, devido a mudanças de governo em Brasília e Buenos Aires. Outro problema decorrente dos tempos don acional-populismo de es quer daéa baixa integração do setor industrial às cadeias globais de produção.
Não se deve confundir relacionamento pessoal com diplomacia. Ela facilita, mas não resolve tudo. Mais ainda para um país da parte debaixo do continente americano, região de pouco interesse estratégico para o EUA, desde que a ameaçado comunismo foi afastada e acabou a Guerra Fria.
Se Eduardo Bolsonaro tiver o nome aprovado pelo Senado para ser embaixador no posto mais estratégico para o país —e isso será um erro —, ele precisará de todo o suporte profissional do Itamaraty. Ter os telefones pessoais de poderosos na agenda não é suficiente. Até porque o Executivo não pode tudo na democracia americana, nem é certo que Trump se reelegerá no ano que vem. Neste sentido, foi grave deslize Eduardo, em visita aos Estados Unidos, ter colocado o boné da campanha à reeleição do republicano.
Os EUA sempre demonstram ter interesses, e não amigos, segundo a definição emblemática do secretário de Estado, John Foster Dulles, no Pós-Guerra. Não estão errados, e por isso esta visão pragmática precisa ser levada em conta por quem considera a indicação de Eduardo Bolsonaro para Washington escudo intransponível contra dificuldades no relacionamento da Casa Branca com Brasília.
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