- Blog do Noblat / Veja
Sem chances no Congresso
Irá para a conta do ministro Sérgio Moro, da Justiça, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro não admite que vá para a sua, a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto que criminaliza o abuso de autoridade. Faz sentido que seja assim.
Era pedra cantada. O Senado já havia aprovado o projeto contra a vontade de Moro e o alheamento de Bolsonaro. A Câmara limitou-se a seguir o exemplo do Senado. Nem foi preciso submeter o projeto a voto no plenário. Fez-se uma votação simbólica e pronto.
Deputados e senadores toleram Moro como ministro porque não há outro jeito, mas não gostam dele e abominam o modo como ele se comporta no combate à corrupção. Jogam nas costas do ex-juiz a culpa pelo que chamam de criminalização da política.
Se nada mudar ali, Moro só deve esperar do Congresso uma derrota atrás da outra. Perdeu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que Bolsonaro prometera que ficaria no Ministério da Justiça e que irá parar no Banco Central.
O pacote de leis anticrime apresentado por Moro está sendo cozinhado na Câmara a fogo brando. No final, o que sair dali pouco se parecerá com o pacote original.
Mais dois anos de Gleisi no comando do PT
Lula bateu o martelo
Para não dizerem que ele usou mão de ferro e enfiou goela a baixo dos seus companheiros a recondução da deputada Gleisi Hoffmann à presidência do PT, Lula convocou à Curitiba para uma conversa o senador Jaques Wagner (BA) e lhe ofereceu o lugar.
Wagner não quis. Se necessário, e devido à hora difícil que o partido atravessa, ele até concordaria em ser indicado para o cargo de vice-presidente. Lula não disse que o fará. Mas com a recusa de Wagner, sacramentou a escolha de Gleisi. Era o que ele queria.
A deputada preside o PT há dois anos. O próximo mandato deveria ser de quatro como foram os anteriores. Mas para não correr o risco de cindir o partido, Lula decidiu que Gleisi ficará no cargo só por mais dois anos. Muita gente não gostou, mas assim deverá ser.
O encarcerado de Curitiba está animado com a possibilidade de ir para casa em breve, uma vez que cumpriu parte da pena em regime fechado como manda a lei e tem o direito de cumprir o resto em casa, podendo sair para trabalhar durante o dia.
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