- Folha de S; Paulo
Quem é o conselheiro do TCE envolvido no assassinato de Marielle Franco
A trajetória de Domingos Brazão --conselheiro do Tribunal de Contas do Rio denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes-- é um exemplo, entre tantos, de como se fabricam políticos no Brasil.
Dono de uma rede de postos de gasolina investigada por adulteração de combustíveis e sonegação fiscal, em 1996 Brazão se elegeu vereador. Dois anos depois, deputado estadual, função que exerceu por 17 anos. Apadrinhado por Jorge Picciani --capo do PMDB fluminense por mais de uma década, hoje condenado a 21 anos de prisão--, seu curral eleitoral espalhava-se pela zona oeste, em bairros pobres e dominados por grupos paramilitares. Como se sabe, muitas vezes a milícia não é um poder paralelo, mas o próprio Estado.
Em 2015, mais uma jogada: com a ajuda de Picciani e do ex-governador Sérgio Cabral, entrou para o Tribunal de Contas. Recebeu 61 dos 66 votos na Assembleia Legislativa. Entre os pré-requisitos para concorrer ao cargo vitalício consta "reputação ilibada", além de conhecimentos jurídicos e técnicos. Antes da eleição, Brazão tinha conseguido outra vitória: o Tribunal de Justiça havia rejeitado por maioria de votos a queixa-crime contra ele feita pela deputada Cidinha Campos. Em 2014, durante um bate-boca na Alerj, Brazão chamou Cidinha de "puta" e "vagabunda".
Em 2017, a casa caiu: Brazão e mais quatro conselheiros foram presos por corrupção na Operação Quinto do Ouro. Nove dias depois, estava solto. Desde então afastado do TCE, continua recebendo sem trabalhar. O salário? Em setembro, mais R$ 35 mil.
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Ao desobedecer a ordem do senador Flávio Bolsonaro de abandonar o governo de Wilson Witzel, o PSL virou o novo partido da boquinha. Até nisso passou a perna no PT.
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