De
um governo se espera que governe. Do atual governo, contudo, a conclusão, perto
da metade do mandato de Jair Bolsonaro, é que seria esperar demais que ele se
dedicasse à faina.
De
um governo se espera que governe, ou seja, que dê uma direção à administração,
com planos bem definidos e disposição de negociar com o Congresso sua
implementação. Do atual governo, contudo, a conclusão, perto da metade do
mandato de Jair Bolsonaro, é que seria esperar demais que ele se dedicasse à
faina.
É
tão evidente que o governo Bolsonaro não consegue articular nenhuma política
concreta, apenas lampejos e arroubos desconexos, que mesmo a crítica a esse
incrível estado de coisas perdeu o sentido. Pois a crítica presume, da parte do
crítico, a expectativa de que o criticado venha a se emendar e passe a fazer o
que deve ser feito. E isso não vai acontecer, pois o governo Bolsonaro é
essencialmente isso aí.
Há
ilhas de excelência em meio a esse mar de profunda mediocridade, claro. Quando
o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, diz num encontro com
investidores que os juros vão imediatamente subir se o teto de gastos for
desrespeitado, colocando o Brasil no caminho da insolvência fiscal, indica que
há gente de muito bom senso em posições estratégicas no governo. Vai na mesma
linha o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, que afirmou recentemente que
“aumentar despesa gera um resultado socialmente ruim, destrói empregos”,
enfatizando o que deveria ser óbvio.
Outros
setores que têm atuado razoavelmente bem no governo a despeito da mixórdia
bolsonarista são a Agricultura e a Infraestrutura. No primeiro caso, a ministra
Tereza Cristina vem dando duro para reparar os danos causados à imagem do País
e ao agronegócio brasileiro em razão da atitude beligerante de Bolsonaro e da
ala lunática do governo em relação ao meio ambiente. No segundo, o ministro
Tarcísio de Freitas se dispõe a trabalhar com o que tem e elabora projetos de
acordo com a realidade, algo raríssimo na administração bolsonarista.
Infelizmente,
contudo, esses bons exemplos não são suficientes para desfazer a sensação
generalizada de que o governo é irremediavelmente desorientado, resultado da
inaptidão de Bolsonaro para o exercício da Presidência. Não é outra a razão do
vexame do tal “Renda Cidadã”, ou “Renda Brasil”, ou seja lá que nome venha a
ter o programa social que Bolsonaro quer usar no palanque. O incrível fiasco
envolveu o primeiríssimo time do governo, do “superministro” Paulo Guedes ao
líder na Câmara, deputado Ricardo Barros, passando pelo presidente da República
em pessoa. Se já era difícil acreditar no que dizem os próceres do governo,
agora é praticamente impossível.
O
único projeto de Bolsonaro que vai de vento em popa é o eleitoral. O presidente
vem aos poucos abandonando os bolsonaristas fanáticos, que só têm a lealdade
cega a lhe oferecer, e decidiu entregar o governo de vez ao Centrão, em troca
da permanência no poder e da viabilização de sua reeleição.
Se
é isso, como parece ser, então é ocioso cobrar do governo que, enfim, governe.
Por essa razão, mais do que nunca, a sociedade brasileira, especialmente sua
elite – intelectual, empresarial e integrante dos Poderes Judiciário e
Legislativo, além de governadores e prefeitos País afora –, deve se mobilizar
para impedir que o País se renda à apatia.
Cada
um deve se empenhar para fazer o que estiver a seu alcance, e que não dependa
do desgoverno federal, para dar aos brasileiros em geral a sensação de que há
um rumo, e que esse rumo não é o do precipício. Há sinais promissores: empresas
têm demonstrado genuína preocupação com o meio ambiente e com a abertura de
oportunidades para quem é historicamente marginalizado; o Congresso vem
exibindo inegável perfil reformista, encaminhando discussões cruciais para o
futuro do País; e muitos governadores e prefeitos têm trabalhado duro para
enfrentar a pandemia, recorrendo à ciência em vez da mistificação bolsonarista.
Portanto,
há saída. Se é esse o presidente que temos, o País deve então buscar soluções
bem longe do Palácio do Planalto – o que talvez seja uma oportunidade de ouro
para desenvolver no Brasil o sentido cívico, de participação ativa na vida
política e de envolvimento efetivo com o futuro de todos.
Descolamento da realidade – Opinião | O Estado de S. Paulo
Quanto mais Bolsonaro dá livre curso ao seu destampatório, mais o Brasil se torna um pária
Na esfera ambiental, é difícil saber qual é a batalha mais feroz: se contra as motosserras e as chamas ou se contra a mentira e a demagogia. O fato é que o Brasil está perdendo feio em ambas.
Em
dois discursos na ONU, por ocasião da Assembleia-geral e da Cúpula de
Biodiversidade, o presidente Jair Bolsonaro aludiu a algumas verdades. O Brasil
é um exemplo de preservação, com cerca de 2/3 do território coberto por
vegetação nativa. Sua legislação, a começar pelo Código Florestal, é das mais
avançadas, determinando, entre outras coisas, que os proprietários na Amazônia
são obrigados a preservar por conta própria 80% de suas terras.
Em
poucas décadas, o País se tornou em certos aspectos a maior potência
agropecuária do mundo. Em que pesem as exceções, a produtividade cresceu – em
razão de técnicas de produção intensiva desenvolvidas por órgãos de ponta como
a Embrapa – em proporções muito maiores do que a área cultivada, e a escala
desta produção tem pouco a ver com a Amazônia. Finalmente, sim, na cena
internacional, há muitos demagogos que buscam votos e produtores que buscam
minar seus competidores no Brasil, utilizando a Amazônia como alavanca para
campanhas de difamação.
O
problema é que ninguém tem feito mais para abastecer estas campanhas que o
próprio presidente. Sua paranoia conspiratória, seu negacionismo, sua
negligência estão soterrando essas verdades, e com elas um mar de oportunidades
para o País, muitas vezes sob as mentiras mais despudoradas.
Na
Cúpula de Biodiversidade, o presidente afirmou que seu governo reverteu “a
tendência de aumento da área desmatada observada nos anos anteriores” na
Amazônia. Mentira flagrante, desautorizada por dados do próprio governo.
Segundo o Inpe, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, entre agosto do
ano passado e julho deste ano a devastação aumentou 40%.
Bolsonaro
falou da “cobiça internacional” de organizações ligadas a ONGS que “comandam os
crimes ambientais no Brasil”. Quais? Como chefe de Estado, seu dever seria
apontar as evidências destes crimes, apresentar um programa de combate enérgico
e aproveitar o foro privilegiado da ONU para mobilizar apoio. A realidade é bem
outra. As queimadas no Pantanal, por exemplo, estão batendo recordes, e o
desastre só não é pior porque muitas ONGS estão se mobilizando voluntariamente,
sem maior estrutura e apoio, para salvar animais e conter incêndios.
“Mantemos
firme nosso empenho em buscar o desenvolvimento sustentável do País, com esteio
numa agricultura baseada na biotecnologia.” Mas o governo não foi capaz até
agora de apresentar uma única proposta, de editar uma só medida para promover a
bioeconomia.
Surpreendentemente,
a pressão dos ambientalistas foi superada pela de fundos internacionais, bancos
e associações agropecuárias nacionais. Os líderes europeus têm subido o tom,
pondo em risco o acordo com o Mercosul. Se França e Alemanha fecharem a
questão, é fim de jogo.
No
primeiro debate dos candidatos à presidência norteamericana, o democrata Joe
Biden citou a Amazônia e falou em levantar R$ 20 bilhões para conter o
desmatamento, ao mesmo tempo que ameaçou o Brasil com sanções severas. Fosse um
estadista astuto e pragmático, Bolsonaro separaria o joio do trigo,
contemporizando a ameaça e aproveitando essa e outras oportunidades para
canalizar recursos para o Brasil. Mas, ao contrário, ele e seu ministro do Meio
Ambiente foram às redes para desmoralizar e ironizar aquele que, até onde as
pesquisas apontam, deve ser o próximo presidente dos EUA.
“Somos
um exemplo para o mundo”, disse recentemente Bolsonaro. Somos. Deveríamos ser
reconhecidos como tal. E temos muito a fazer contra os retrocessos que maculam
essa condição exemplar. Bastaria, para tanto, fazer valer a lei, ela mesma
exemplar. E para ajudar há autoridades e o capital internacional que, pouco
importa se por escrúpulo ou alarmismo, estão dispostos a ceder recursos. Mas
Bolsonaro prefere o joio, e quanto mais dá livre curso ao seu destampatório,
mais o Brasil se torna um pária internacional.
Debate sem debate – Opinião | Folha de S. Paulo
Engessado,
encontro de candidatos em SP pouco aprofunda as questões locais
Muitos candidatos e pouco confronto de ideias. O primeiro debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido na noite de quinta-feira (1º) pela Band, deixou a desejar tanto em temperatura política quanto em discussões com vistas a enfrentar os problemas da maior cidade do país.
Com
a presença dos 11 postulantes, submetidos a regras que, embora
equilibradas, comprimem
a exposição de propostas, o encontro serviu de pontapé inicial televisivo
para uma campanha que ainda parece longe de despertar a atenção dos paulistanos
—e que deverá ter embates mais acirrados no palco das redes sociais.
Sob
o signo da pandemia do novo coronavírus, temas como crise econômica, desemprego
e projetos de renda básica ocuparam boa parte das perguntas e respostas.
São
sem dúvida assuntos candentes, que inflamam o debate nacional, mas sobre os
quais o poder municipal tem reduzida capacidade de atuação. Ainda que programas
locais possam ser implementados para aplacar as urgências do atual momento,
cumpre superar a retórica eleitoreira para mostrar a viabilidade das propostas.
São
de pouca serventia, por exemplo, alegações como a do candidato Celso Russomanno
(Republicanos), para quem o apoio do presidente Jair Bolsonaro propiciará uma
fantasiosa renegociação da dívida da cidade de modo a gerar recursos para um
programa de auxílio aos mais pobres.
Vejam-se,
a esse respeito, as tribulações que o próprio governo federal enfrenta na
tentativa de tirar dinheiro da cartola —ou do bolso dos contribuintes— para
lançar o seu almejado Renda Brasil.
É
fato que o clima nacional reflete-se na campanha municipal, tratando-se de um
centro com o destaque e o peso de São Paulo. É fundamental, contudo, que os
candidatos apresentem medidas palpáveis para fazer frente aos inúmeros
problemas da metrópole.
Os
paulistanos deparam-se no cotidiano com uma cidade atravessada por
desigualdades, que deixa de prestar serviços básicos. Carências na área de
transporte público, saúde, educação e zeladoria se arrastam de gestão em
gestão.
Se
o formato do debate não favoreceu detalhamentos, também é fato que a disputa
paulistana tem servido com indesejável frequência a candidatos que arrolam
promessas mirabolantes em busca de uma plataforma provisória para ambições
estaduais ou nacionais.
Indicado
cumpre requisitos técnicos, o que não exime Senado de exame rigoroso
Foi
de surpresa a primeira reação, em boa parte dos círculos jurídicos e políticos,
à indicação
do desembargador Kássio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal. À
surpresa seguiram-se as dúvidas acerca dos motivos para a decisão do presidente
Jair Bolsonaro.
Há
hipóteses. A escolha do piauiense Kássio, atual vice-presidente do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, poderia significar um aceno ao Nordeste, uma vez que o
STF não conta com um ministro daquela região. Note-se, nesse contexto, o
entusiasmo do senador Ciro Nogueira (PP-PI) diante do anúncio.
Vinda
de um presidente cujo núcleo político-familiar encontra-se sob investigação no
Supremo, a indicação, independentemente de seus méritos, também será observada
à luz das conveniências do Planalto e seus aliados, em particular os do centrão
—do qual o próprio Nogueira é um dos expoentes.
Bolsonaro,
ao que parece, procurou agradar a gregos e deixar troianos para depois. Ficou
para a próxima vaga no Supremo a prometida designação de um evangélico como o
ministro da Justiça, André Mendonça. Nem se mencione a antiga expectativa de um
nome alinhado à Operação Lava Jato.
Kássio
Nunes Marques é tido como garantista e, para desgosto
de setores puristas do bolsonarismo, chegou ao TRF-1 por escolha da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Também
ficaram a ver navios, a despeito de movimentos públicos favoráveis ao
presidente, cotados para o posto como o ministro Luis Felipe Salomão, do
Superior Tribunal de Justiça, e o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Cumpre
ressaltar que, em meio às muitas opções ventiladas, a indicação de Kássio contempla
a tecnicidade. Não se conhecem, até aqui, elementos que ponham em xeque seu
notório saber jurídico e sua reputação ilibada, requisitos constitucionais —um
tanto vagos, é verdade— para o posto.
Haverá
decerto o que pesquisar e questionar. Reportagem publicada pelo UOL, por
exemplo, mostrou que o magistrado autorizou, em decisão controversa, a abertura
de uma estrada numa unidade de conservação em Rondônia.
Cabe
agora ao Senado exercer com rigor e altivez a sua missão de controle das
indicações do presidente ao STF. Felizmente, a experiência recente tem mostrado
sabatinas mais inquisitivas e menos protocolares —ainda que inexistam casos de
rejeição de um candidato desde 1894, no governo do marechal Floriano Peixoto.
Ademais,
ministros aprovados em governos anteriores não se pautaram necessariamente
pelos interesses de seus nomeantes uma vez que tomaram assento. Que assim
permaneça, a bem do fortalecimento das instituições democráticas.
Popularidade
em alta aumenta cacife do presidente, que tenta ampliar influência na eleição
municipal
Com
a realização dos primeiros debates, a campanha começa a esquentar e, pelo que
se viu na noite de quinta na TV Bandeirantes, vários candidatos buscam o
eleitorado do presidente Bolsonaro, principalmente no Rio e em São Paulo. A
força gravitacional do poder quando a popularidade está em alta se reflete no
crescimento do número de cidades em que o PSL, ex-partido do presidente, mas de
pedigree bolsonarista, e o PRTB, do vice Hamilton Mourão, disputarão a
prefeitura.
O
PSL, de cinco candidatos em 2016, lança 50 este ano, enquanto a legenda de
Mourão passa de oito para 47. A disputa envolverá meio milhão de candidatos a
vereador e quase 20 mil a prefeito, números recordes, por ser a primeira
eleição proporcional sem coligações entre partidos (a necessidade de sobreviver
força as legendas a lançar nomes em quantidade).
No
primeiro teste do bolsonarismo nas urnas, há situações diversas nas duas
maiores cidades do país. Em São Paulo, Bolsonaro acena de maneira menos
discreta para Celso Russomanno, do Republicanos, da base bolsonarista. Com
Russomanno, eterno candidato sem vitória, o presidente quer derrotar o
adversário João Doria, tucano que, do Palácio Bandeirantes, apoia a reeleição
de Bruno Covas. No Rio, o prefeito Marcelo Crivella, candidato à reeleição,
enfrenta a impossível tarefa de limpar a imagem de mau gestor e de se
distanciar dos escândalos que marcam sua administração, para tentar se
reaproximar do presidente. Precisa, porém, competir na mesma raia de Luiz Lima,
do PSL, recém-nomeado por Bolsonaro vice-líder do governo na Câmara, um sinal
forte de chancela. Lima também é um nome bem recebido nas redes bolsonaristas.
PT
e PSOL, conforme levantamento da “Folha de S.Paulo”, são as legendas com o
maior número de aspirantes a prefeito, 79 cada um. Estatisticamente parece
haver alta probabilidade de repetir a polarização entre direita e esquerda que
marcou a eleição presidencial de 2018, quando Bolsonaro derrotou o PT de
Fernando Haddad. Politicamente, contudo, as chances são reduzidas, porque a esquerda
entra dividida na eleição, em grande parte pela crise do PT.
O
caso de São Paulo é exemplo marcante da dificuldade petista. A legenda, que já
elegeu três prefeitos paulistanos, concorre com Jilmar Tatto, candidato de
escassas chances de êxito. Nas pesquisas, fica atrás de Guilherme Boulos, do
PSOL. Para o PT, com base histórica em São Paulo, é humilhante.
A
fragilidade do PT e associados deveria impedir Bolsonaro de usar a tática da
polarização com a esquerda. Mas ele é exímio criador de inimigos. Continua a
ser uma incógnita o que fará para estender sua influência pelo país. Não há
dúvida de que tenta avançar sobre o eleitorado que já foi do PT, mesmo que isso
o afaste de sua base ideológica. É um movimento já em curso na aproximação do
Centrão e na pressão para lançar o Renda Cidadã.
Inchaço
do Itamaraty deve ser revisto à luz de produtividade e transparência – Opinião |
O Globo
Brasil
mantém representação em países onde o fluxo comercial mal compensa custo de
manutenção
Ao
aprovar novos embaixadores, na semana passada, o Senado levantou questões
relevantes sobre a atual estrutura e funcionamento do Itamaraty.
Uma
foi sobre a necessidade de adotar com urgência critérios para o equilíbrio de
gênero na carreira diplomática. Os 32 embaixadores autorizados compunham 23% do
quadro titular do Ministério das Relações Exteriores. Na lista de novos chefes
de representações no exterior, figuravam apenas duas mulheres, uma designada
para Burkina Faso e outra para o Benim.
Outro
aspecto importante, que merece análise profunda do Legislativo, é a dimensão da
estrutura vinculada ao Itamaraty, com 226 embaixadas e consulados — uma nova
unidade consular foi criada na última segunda-feira, subordinada à
representação brasileira em Lima. São ao todo 138 embaixadas, número superior à
quantidade de missões estrangeiras estabelecidas em Brasília. O Brasil só não
tem representação em 52 dos 194 países reconhecidos pela ONU.
Para
manter essa rede, o Itamaraty tem um orçamento de R$ 4 bilhões anuais. Há
excesso evidente no número de embaixadas. Inexiste qualquer correlação entre
quantidade e produtividade.
O
inchaço da estrutura diplomática ocorreu nos governos petistas, sob pretexto de
conquistar apoio à candidatura do Brasil a uma vaga permanente no Conselho de
Segurança, numa eventual reforma da ONU. É um argumento recorrente há décadas
nos discursos dos chanceleres brasileiros, apesar de ter se provado descolado
da realidade.
No
governo Lula, duplicou-se o número de representações na África, sob o argumento
da expansão da influência brasileira num mercado promissor. Hoje são 33
embaixadas, algumas em países onde o fluxo de comércio mal compensa o custo de
manutenção dos escritórios.
É
o caso da representação em Botsuana, país para o qual o Brasil exportou mísero
US$ 1,1 milhão na média dos últimos três anos. O comércio bilateral movimentou
apenas US$ 130 mil por mês durante o ano passado, um crescimento de 68% em
relação a 2018. Inexistem, também, registros de investimentos brasileiros
significativos naquele país.
A estrutura mastodôntica do Itamaraty precisa ser revisada à luz da produtividade e da absoluta transparência das contas, hoje opacas. Principalmente numa fase em que a política externa brasileira está balizada por diretrizes obscurantistas, sob condução de um chanceler que parece empenhado em demolir o legado do Barão do Rio Branco.
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