quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Mariliz Pereira Jorge - Bolsonaro, coveiro da rainha

Folha de S. Paulo

Presidente indiferente a mortos no Brasil vai à Inglaterra se aboletar com líderes mundiais para tentar ganhar votos

O sujeito que disse não ser coveiro, para justificar sua incompetência diante de uma crise mundial, vai atravessar o Atlântico para enterrar a rainha da Inglaterra. Em mais de dois anos da pandemia que deixou quase 700 mil mortos no país, Jair Bolsonaro nunca visitou um hospital abarrotado de pessoas à beira da cova. Jamais demonstrou solidariedade a uma família brasileira. Mas vai se aboletar com líderes mundiais, com quem nem se dá, para tentar ganhar votos.

Prestes a ser derrotado nas urnas, segundo projeção das pesquisas, ele se comporta como o típico calhorda que bate na mulher e, na iminência de ser abandonado, diz que se arrepende. Mentira. São dois anos da mais profunda indiferença, de negacionismo, de negligência com o povo do país que desgoverna.

Cada vez que percebe o cenário negativo, Bolsonaro recua um pouco para logo mostrar sua natureza nefasta. Embora a reprovação a sua atuação contra a Covid tenha caído, como mostrou o Datafolha no começo de abril, 46% ainda lembravam que tivemos uma gestão criminosa.

Esse é o foco do "arrependimento", tentar reverter a imagem de genocida estampada em sua cara. Se fazer de coitado para conquistar votos de gente distraída e muito mal-informada. Ainda que jure terem sido uma "aloprada" as declarações dadas por ele sobre mortos e sobre a falta de vacina, faltaria ao presidente se posicionar sobre outras três dezenas de episódios em que se pronunciou com completo desdém e irresponsabilidade.

As lembranças da tragédia da Covid podem estar cada vez mais mergulhadas em nossa vontade de deixar no passado um período de desesperança, mas não nos esqueçamos de quem é Jair Bolsonaro. Fascista, golpista, encrenqueiro, machista, racista, falso cristão, pilantra. Bolsonaro não está arrependido de ser o que é, está desesperado ao ver a conta da destruição causada por ele chegar.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sensacional a coluna de hoje! A jornalista escreveu tudo o que penso! A canalhice de Bolsonaro não tem limites. Ele não visitou hospitais no Brasil durante a pandemia, mas PEDIU QUE SEUS SEGUIDORES INVADISSEM HOSPITAIS para tentar provar fraudes no atendimento ou na contagem das vítimas. Ele seguidamente agiu INTENCIONALMENTE CONTRA A SAÚDE PÚBLICA, mandou seu capacho Pazuello DESFAZER o contrato de compra da "vacina chinesa do Doria". E agora o genocida quer se apresentar como sensível e humano? Cadeia para Bolsonaro! As punições por seus tantos crimes estão chegando! A primeira é ser derrotado no primeiro turno!

Anônimo disse...

Mas gente, está faltando ele no adeus a rainha. Como deixar de fora nas cerimônias fúnebres o bobo da corte?

ADEMAR AMANCIO disse...

Faltou incluir a homofobia,muito pior que o machismo do presidente,e que quase ninguém se lembra,é como se dissesse,odiar viado pode.Quem dera ele tratasse os gays como trata as mulheres.