Folha de S. Paulo
A voz grossa do extremismo busca, sem
sucesso, esconder sua inépcia
Precisamos falar sobre o quão incompetente é
a extrema direita em segurança pública. Digo isso apesar da eficiência de sua
retórica linha-dura no tema: mais armas nas mãos de cidadãos e mais polícia sem
controle nas ruas equivaleriam a menos crimes. Nada mais falso. Quando olhamos
por baixo do tapete da retórica, o que vemos é descontrole da polícia, o
amadorismo em segurança e a precarização do trabalho das polícias.
Isto é o que se percebe em São Paulo e no Rio no momento. Vejamos exemplos apenas deste mês. Cenas de arrastão em carros na rodovia no Guarujá, litoral paulista. Dois ataques a carros-fortes, no interior e no ABC paulista, em apenas 48 horas entre os dias 11 e 13 deste mês. Crescimento de ações de "justiceiros" (eles mesmos criminosos) nas ruas de Copacabana, no Rio. Governo sob Castro e prefeitura sob Paes, juntos, buscando na Justiça apreender adolescentes (sabemos a cor deles), sem flagrante e em violação à lei.
Não são apenas casos isolados. Os oito primeiros meses de 2023 foram os que tiveram mais
roubos no centro paulistano em toda a série histórica dos últimos 22 anos.
Permitir que policiais adulterem as câmeras corporais em São Paulo, colocar
secretário de Segurança condecorado por
deputado ligado a miliciano no Rio, aprovar com a bancada da bala o desmonte
das ouvidorias, eis a solução da extrema direita que revela sua incompetência
no tema.
A verdade é que as melhores políticas de
segurança pública no país foram adotadas por governos não extremistas de
direita. Estudo do Instituto Sou da Paz, de abril de 2023, faz um
balanço de algumas dessas políticas. Iniciativas sérias como Mesa de Situação
em Alagoas em 2015, Em Defesa da Vida no Ceará em 2014 e Estado Presente em
2011 no Espírito Santo são alguns exemplos de políticas de segurança baseadas
em evidências e com resultado.
A voz grossa da extrema direita em segurança
é estridente porque busca, sem sucesso, esconder sua incompetência.
3 comentários:
Excelente!
Disse tudo!
Disse nada.
MAM
Postar um comentário