Folha de S. Paulo
Trabalho híbrido reinventa a quinta-feira
O Rio já está se preparando para receber, em
novembro do ano que vem, o G20, fórum de cooperação internacional que reúne 19
das maiores economias do mundo, mais a União Europeia. Outros grandes eventos
estão agendados. Da final da Libertadores ao
show de Paul McCartney, ambos no Maracanã. Com a cidade lotada de gente, a
expectativa da prefeitura é que o PIB cresça 3,3%. No primeiro semestre, a
arrecadação de ISS de atividades ligadas ao turismo aumentou 40% se comparada
ao mesmo período de 2019, pré-pandemia.
São boas notícias, mas a impressão de quem vive aqui, e de quem vem de fora, é que nada mudou. Quiçá piorou. Não existe transporte público na capital –o que há é o caos sobre rodas e trilhos. E, segundo a desculpa do governador Cláudio Castro, o estado virou "refúgio para criminosos".
A região central é um nó que não desata. A
Câmara Municipal aprovou o programa Reviver Centro 2, ampliando incentivos para
empreendimentos residenciais no bairro. Desde 2021 foram contabilizados cerca
de 30 pedidos de licença de construção ou renovação –uma babugem diante do
tamanho do problema.
Há promessas: o edifício A Noite, na praça
Mauá, renascido como residencial de 400 apartamentos; a esdrúxula transformação
da rua da Carioca em passarela para consumo de cerveja; a adoção por
empresários de trechos de vias no Centro; a eternamente adiada reforma da
estação Barão de Mauá, na Leopoldina.
É a população que, de modo espontâneo,
descobre os caminhos da revitalização. Deve-se a ela o otimismo atual,
traduzido na expressão "quintou", que substituiu o consagrado
"sextou". Com o trabalho híbrido e o enforcamento da sexta-feira, a
quinta passou a ser o dia mais movimentado nos bares e restaurantes do entorno
da praça 15 e da região portuária. A sexta, contudo, não perdeu toda a força. E
o sábado inventou um novo point: a velha rua do Senado
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