Fernando Rodrigues
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - A combinação entre Ciro Gomes e o PSB parece uma apresentação de nado sincronizado de duplas brasileiras em Jogos Olímpicos: quase sempre dá errado e alguém faz o movimento torto.
O PSB estava tentando combinar tudo com Ciro Gomes para ele ser o candidato a presidente pela sigla em 2010. O político cearense recebeu minutos preciosos na propaganda de TV da sigla neste mês. Ao mesmo tempo, uma ala lulista no governo acalentava a teoria de ter um terceiro nome de centro na disputa pelo Planalto. A ideia era evitar uma polarização entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) logo no primeiro turno -pois o segundo turno ficaria incerto.
Com mais um nome forte concorrendo, dificilmente a eleição presidencial terminaria na primeira rodada. Ciro Gomes era, como diria Barack Obama, "o cara" para compor um cenário favorável aos seguidores de Lula. Faria o serviço, ajudando Dilma a desconstruir José Serra. Nos sonhos mais ingênuos de alguns, poderia até ser moldado um desfecho no qual o segundo turno fosse apenas do governo contra si próprio -Dilma versus Ciro.
Deu tudo errado. O plano era mesmo mirabolante, mas Ciro colaborou para destruí-lo ao soltar palavrões e gritos na Câmara na última quarta-feira. Reclamava de uma reportagem sobre viagens ao exterior -mesmo tendo sido procurado antes da publicação e ter optado por não dar as respostas adequadas. Na cúpula do PSB não há uma alma disposta a defender o político cearense nesse episódio. Reina um clima de desolação completa.
Não se trata de alguém cometendo um deslize eventual. Ciro é reincidente. Seria ocioso listar aqui todas as vezes em que a sua valentia verbal foi notícia ao longo das últimas campanhas. É cada vez menor, se é que ainda existe, a chance de ele conseguir apoio de uma sigla para entrar na disputa presidencial.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - A combinação entre Ciro Gomes e o PSB parece uma apresentação de nado sincronizado de duplas brasileiras em Jogos Olímpicos: quase sempre dá errado e alguém faz o movimento torto.
O PSB estava tentando combinar tudo com Ciro Gomes para ele ser o candidato a presidente pela sigla em 2010. O político cearense recebeu minutos preciosos na propaganda de TV da sigla neste mês. Ao mesmo tempo, uma ala lulista no governo acalentava a teoria de ter um terceiro nome de centro na disputa pelo Planalto. A ideia era evitar uma polarização entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) logo no primeiro turno -pois o segundo turno ficaria incerto.
Com mais um nome forte concorrendo, dificilmente a eleição presidencial terminaria na primeira rodada. Ciro Gomes era, como diria Barack Obama, "o cara" para compor um cenário favorável aos seguidores de Lula. Faria o serviço, ajudando Dilma a desconstruir José Serra. Nos sonhos mais ingênuos de alguns, poderia até ser moldado um desfecho no qual o segundo turno fosse apenas do governo contra si próprio -Dilma versus Ciro.
Deu tudo errado. O plano era mesmo mirabolante, mas Ciro colaborou para destruí-lo ao soltar palavrões e gritos na Câmara na última quarta-feira. Reclamava de uma reportagem sobre viagens ao exterior -mesmo tendo sido procurado antes da publicação e ter optado por não dar as respostas adequadas. Na cúpula do PSB não há uma alma disposta a defender o político cearense nesse episódio. Reina um clima de desolação completa.
Não se trata de alguém cometendo um deslize eventual. Ciro é reincidente. Seria ocioso listar aqui todas as vezes em que a sua valentia verbal foi notícia ao longo das últimas campanhas. É cada vez menor, se é que ainda existe, a chance de ele conseguir apoio de uma sigla para entrar na disputa presidencial.
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