Gerson Camarotti
DEU EM O GLOBO
Líderes do partido avisam que há diretórios regionais fechando apoio a Serra
BRASÍLIA. No momento em que o PMDB trava uma queda de braço por manutenção de cargos no governo, reagindo com ameaças às demissões de seus apadrinhados políticos na Infraero, a cúpula do partido apresentou um quadro preocupante ao presidente Lula em relação à possibilidade de aliança com o PT para 2010. Se o PMDB tivesse que se decidir agora, a maior parte dos principais diretórios regionais apoiaria a candidatura presidencial do governador José Serra (PSDB-SP). Na previsão mais otimista, o partido ficaria sem aliança oficial.
O cenário apresentado a Lula por integrantes do partido, em reunião na noite de segundafeira, indica que hoje só há acordo para fazer palanques fortes para a candidatura presidencial da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em estados periféricos como Amazonas, Goiás e Ceará.
Mas o pior quadro para o governo é que diretórios regionais considerados estratégicos já estariam fechados com Serra — São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco.
A situação gaúcha, que já era delicada, se agravou nos últimos dias com o anúncio precoce da candidatura do ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), ao governo estadual, sepultando acordo com o PMDB.
Caciques dizem que partido não pode ser “patinho feio” Além disso, em estados importantes, a crise com o PT aproximou muito o PMDB dos tucanos — casos de Pará, Bahia, Acre, Piauí e Mato Grosso do Sul. Em alguns estados, as negociações entre peemedebistas e petistas foram interrompidas pelas disputas do ano passado, como Minas, Rio e Maranhão, onde o PT local está dividido.
Foi por causa desse cenário de disputas que Lula iniciou um processo de aproximação com o PMDB nos últimos dias. Os caciques dizem que o partido não está mais disposto a ser o “patinho feio” da relação. Querem tratamento privilegiado e avisam que vão jogar pesado.
O partido já pôs na mesa de negociações a exigência de que sejam retiradas algumas candidaturas do PT para facilitar o apoio a Dilma.
— O PT tem que entender que a base do partido é de lideranças regionais. Por isso, não adianta o PMDB entrar no projeto nacional do PT se isso for destruir as nossas bases.
Se o PT indica o cabeça de chapa para a campanha presidencial, já sai em vantagem.
Nesse caso, é preciso compensações estaduais — avisou o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).
— É preciso administrar as várias disputas estaduais para não contaminar um entendimento para a sucessão presidencial — reforçou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
No PT, a cúpula já entendeu o recado dos peemedebistas. Por isso, a reação recente do presidente da legenda, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), ao lançamento do nome de Tarso Genro no Rio Grande do Sul.
— Para nós, o fundamental é a aliança nacional. Os palanques regionais precisam ajudar na construção da candidatura de Dilma. Por isso, qualquer decisão individual, agora, terá caráter indicativo. Pelo nosso cronograma, a política nos estados só será definida depois da definição nacional — avisou o líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP), reforçando o tom crítico ao ministro da Justiça.
DEU EM O GLOBO
Líderes do partido avisam que há diretórios regionais fechando apoio a Serra
BRASÍLIA. No momento em que o PMDB trava uma queda de braço por manutenção de cargos no governo, reagindo com ameaças às demissões de seus apadrinhados políticos na Infraero, a cúpula do partido apresentou um quadro preocupante ao presidente Lula em relação à possibilidade de aliança com o PT para 2010. Se o PMDB tivesse que se decidir agora, a maior parte dos principais diretórios regionais apoiaria a candidatura presidencial do governador José Serra (PSDB-SP). Na previsão mais otimista, o partido ficaria sem aliança oficial.
O cenário apresentado a Lula por integrantes do partido, em reunião na noite de segundafeira, indica que hoje só há acordo para fazer palanques fortes para a candidatura presidencial da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em estados periféricos como Amazonas, Goiás e Ceará.
Mas o pior quadro para o governo é que diretórios regionais considerados estratégicos já estariam fechados com Serra — São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco.
A situação gaúcha, que já era delicada, se agravou nos últimos dias com o anúncio precoce da candidatura do ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), ao governo estadual, sepultando acordo com o PMDB.
Caciques dizem que partido não pode ser “patinho feio” Além disso, em estados importantes, a crise com o PT aproximou muito o PMDB dos tucanos — casos de Pará, Bahia, Acre, Piauí e Mato Grosso do Sul. Em alguns estados, as negociações entre peemedebistas e petistas foram interrompidas pelas disputas do ano passado, como Minas, Rio e Maranhão, onde o PT local está dividido.
Foi por causa desse cenário de disputas que Lula iniciou um processo de aproximação com o PMDB nos últimos dias. Os caciques dizem que o partido não está mais disposto a ser o “patinho feio” da relação. Querem tratamento privilegiado e avisam que vão jogar pesado.
O partido já pôs na mesa de negociações a exigência de que sejam retiradas algumas candidaturas do PT para facilitar o apoio a Dilma.
— O PT tem que entender que a base do partido é de lideranças regionais. Por isso, não adianta o PMDB entrar no projeto nacional do PT se isso for destruir as nossas bases.
Se o PT indica o cabeça de chapa para a campanha presidencial, já sai em vantagem.
Nesse caso, é preciso compensações estaduais — avisou o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).
— É preciso administrar as várias disputas estaduais para não contaminar um entendimento para a sucessão presidencial — reforçou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
No PT, a cúpula já entendeu o recado dos peemedebistas. Por isso, a reação recente do presidente da legenda, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), ao lançamento do nome de Tarso Genro no Rio Grande do Sul.
— Para nós, o fundamental é a aliança nacional. Os palanques regionais precisam ajudar na construção da candidatura de Dilma. Por isso, qualquer decisão individual, agora, terá caráter indicativo. Pelo nosso cronograma, a política nos estados só será definida depois da definição nacional — avisou o líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP), reforçando o tom crítico ao ministro da Justiça.
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