Vera Rosa e Tânia Monteiro, Brasília
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Lula está convencido de que PMDB quer mesmo ter acesso direto a ele, sem a intermediação de Múcio
O governo avalia que o PMDB quer apenas pôr "um bode na sala" quando pede assento permanente nas reuniões da coordenação política do Planalto ou quando alguns de seus integrantes, enfurecidos com as demissões de afilhados na Infraero, reivindicam a cadeira do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Depois da conversa com líderes do PMDB, na noite de segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou convencido de que o partido quer mesmo ter acesso direto a ele, sem a intermediação de Múcio.
Na tentativa de aplacar a ira peemedebista, Lula disse ao presidente da Câmara, Michel Temer (SP), que, para evitar curto-circuito, qualquer problema pode ser tratado com ele. Temer também comanda o PMDB e sua relação com o Planalto vem melhorando dia a dia.
Longe dos tempos em que o governo privilegiava o contato com o grupo do PMDB no Senado, Temer é hoje considerado um interlocutor confiável pelo Planalto, tanto que seu nome está cotado para vice na provável chapa liderada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão de Lula, em 2010. Ele e Dilma conversam com frequência sobre política e até sobre assuntos mais amenos, como preferências literárias e musicais.
Na prática, o presidente não planeja abrir mais uma vaga na coordenação política do governo, o antigo "núcleo duro", para abrigar o PMDB. Lula acredita que qualquer movimento nesse sentido seria interpretado como se estivesse governando com a faca no pescoço.
Mesmo assim, ciente de que o PMDB é um partido de muitos recados e pode dar o troco da contrariedade tanto nas votações do Congresso como no apoio a Dilma, ele concorda em abrir linha direta com a legenda para evitar novo racha na base aliada e conter as insatisfações no nascedouro.
Lula gosta de Múcio e não pretende ceder às pressões feitas por petistas e por uma ala do PMDB para substituí-lo. Mas avalia que, tratando-se de PMDB - o parceiro mais cobiçado pelo Planalto para a aliança em torno de Dilma -, o articulador político do governo deve cuidar apenas do varejo das negociações.
O Planalto deu carta branca ao ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), para levar adiante o plano de implodir o cabide de empregos da Infraero e, ao que tudo indica, não vai rever a ordem. Para evitar outra rebelião do PMDB - já que novas listas de dispensa serão anunciadas -, o governo deve abrir mais uma brecha para o fisiologismo e abrigar os demitidos em outras estatais, blindando a empresa que administra os aeroportos.
Dos 109 funcionários da Infraero instalados em cargos comissionados, sendo 81 com a bênção de políticos de vários partidos, 28 já foram dispensados. O plano do presidente da estatal, brigadeiro Cleonilson Nicácio, é manter apenas 12.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Lula está convencido de que PMDB quer mesmo ter acesso direto a ele, sem a intermediação de Múcio
O governo avalia que o PMDB quer apenas pôr "um bode na sala" quando pede assento permanente nas reuniões da coordenação política do Planalto ou quando alguns de seus integrantes, enfurecidos com as demissões de afilhados na Infraero, reivindicam a cadeira do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Depois da conversa com líderes do PMDB, na noite de segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou convencido de que o partido quer mesmo ter acesso direto a ele, sem a intermediação de Múcio.
Na tentativa de aplacar a ira peemedebista, Lula disse ao presidente da Câmara, Michel Temer (SP), que, para evitar curto-circuito, qualquer problema pode ser tratado com ele. Temer também comanda o PMDB e sua relação com o Planalto vem melhorando dia a dia.
Longe dos tempos em que o governo privilegiava o contato com o grupo do PMDB no Senado, Temer é hoje considerado um interlocutor confiável pelo Planalto, tanto que seu nome está cotado para vice na provável chapa liderada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão de Lula, em 2010. Ele e Dilma conversam com frequência sobre política e até sobre assuntos mais amenos, como preferências literárias e musicais.
Na prática, o presidente não planeja abrir mais uma vaga na coordenação política do governo, o antigo "núcleo duro", para abrigar o PMDB. Lula acredita que qualquer movimento nesse sentido seria interpretado como se estivesse governando com a faca no pescoço.
Mesmo assim, ciente de que o PMDB é um partido de muitos recados e pode dar o troco da contrariedade tanto nas votações do Congresso como no apoio a Dilma, ele concorda em abrir linha direta com a legenda para evitar novo racha na base aliada e conter as insatisfações no nascedouro.
Lula gosta de Múcio e não pretende ceder às pressões feitas por petistas e por uma ala do PMDB para substituí-lo. Mas avalia que, tratando-se de PMDB - o parceiro mais cobiçado pelo Planalto para a aliança em torno de Dilma -, o articulador político do governo deve cuidar apenas do varejo das negociações.
O Planalto deu carta branca ao ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), para levar adiante o plano de implodir o cabide de empregos da Infraero e, ao que tudo indica, não vai rever a ordem. Para evitar outra rebelião do PMDB - já que novas listas de dispensa serão anunciadas -, o governo deve abrir mais uma brecha para o fisiologismo e abrigar os demitidos em outras estatais, blindando a empresa que administra os aeroportos.
Dos 109 funcionários da Infraero instalados em cargos comissionados, sendo 81 com a bênção de políticos de vários partidos, 28 já foram dispensados. O plano do presidente da estatal, brigadeiro Cleonilson Nicácio, é manter apenas 12.
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