PPS buscará fortalecimento da República e da democracia
Por: Valéria de Oliveira
As direções do PPS, PSDB e Democratas promoveram nesta terça-feira uma confraternização de final de ano com jornalistas que cobrem política em Brasília. O presidente do PPS, Roberto Freire, defendeu a unidade das legendas para enfrentar uma eleição que, na opinião dele, será dura, apesar de a candidata do governo não ser tão boa quanto o candidato da oposição, seja ele Serra ou Aécio. Freire chamou a festa de "confraternização de vitoriosos das forças democráticas em 2010".
Freire disse que o PPS não quer nada na chapa da oposição e que o DEM também não pleiteia a vaga de candidato a vice-presidente. "A vice está entregue ao PSDB. Resolvam". Entretanto, insistiu que não é necessário a oposição ter ansiedade ou angústia porque tem os dois melhores candidatos a presidente. Quem tem que estar com esses problemas, disse, é o governo federal, que tem uma candidata com dificuldade, embora o governo esteja muito bem avaliado.
Vitória
"Vamos ter uma eleição muito dura; mas temos chances de sermos vitoriosos se tivermos a unidade, e ela será fundamental para conquistarmos novos aliados", afirma Freire. Esses virão inclusive da base aliada, mas mais adiante, diz o presidente do PPS, quando houver unidade em torno de uma chapa forte. Freire ressaltou que o governador de Minas, Aécio Neves, precisa definir seu papel nesse processo. "Minas precisa dele mais do que São Paulo; ele é a liderança mais significativa de Minas e é legítimo o que ele está procurando [a definição da candidatura tucana] e nós precisamos tratar isso com toda tranquilidade, mas sem nenhuma precipitação".
O PPS, disse ele, não está interessado em cargos em um eventual governo. "Queremos a república fortalecida, a democracia cada vez mais consolidada; e tenho claro que, como o PPS, o DEM também não discute vice-presidência. Ela está entregue ao PSDB, da mesma forma que a presidência República. Resolvam". Freire ressaltou que a definição não precisa vir agora, mas está "se afunilando".
DEM pede a noiva
Sobre o encontro entre os partidos no fim de ano, Freire disse que se enganaram aqueles que pensaram ver ali constrangimento. "Daqui vai sair um passo adiante na nossa unidade para enfrentar aquilo que está aí". O presidente do DEM, Rodrigo Maia, saiu mais cedo da festa, e o senador Heráclito Fortes falou em nome do partido. "O Democratas tem uma posição, e apela, desesperadamente, para que os tucanos coloquem a noiva no altar", disse ele ao abrir o discurso. Ele disse que o partido subirá no altar "com a convicção de que a escolha foi a melhor para o país".
O senador reafirmou que "não parte do DEM nenhuma convicção de compor a chapa" para a Presidência. Essa deve ser a mais viável e interessar mais aos interesses do país. Ele criticou a visão do PT expressa no programa político da semana passada. "Um partido que está há sete anos no poder e não projetou nada para o futuro; fez apenas um retrospecto do passado, fez apenas uma comparação inoportuna e fora de tempo com o que foi feito pelo governo Fernando Henrique". Fortes lembrou que a oposição vai enfrentar uma eleição difícil por causa da propaganda que o governo vem fazendo há muito tempo, inclusive transformando um programa que era de inclusão social (o Bolsa Família), em programa de dependência social.
"É preferível a solidez à pressa", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), último a falar na confraternização. Ele disse que o partido tem preferência pelos dois candidatos e pela vitória. Para ele, o presidente Lula é forte, mas a campanha da ministra Dilma Roussef sempre será dependente dele. Ela é, entre todos os postulantes, "a mais vulnerável do ponto de vista da exposição [na mídia]".
Guerra afirmou que o Orçamento foi mudado em 15 dias para dar consistência à base de sustentação do governo. "Toda rede está criada a partir do Orçamento para fortalecer os candidatos do governo. Esse fundão que está para ser aprovado é apenas um projeto para dar consistência e produzir resultados eleitorais principalmente no interior do Brasil".
Segundo ele, a eleição de 2010 será muito diferente da que ocorreu em 2006, quando a coligação de Geraldo Alkmin tinha "uma poderosa estrutura política, mas havia uma solidariedade política mínima". Ele acredita que a oposição terá resultados melhores no Nordeste e que a campanha, de Serra ou Aécio, não enfrentará a dificuldade de 2006, quando, para os candidatos nos estados, "fazer campanha para presidente significava, muitas vezes, perder sua própia eleição".
Guerra afirmou ainda que a oposição enfrenta um governo muito bem aprovado, que não tem limites na divulgação de sua candidata. "É claro que temos de desenvolver o nosso esforço eleitoral dentro da lei, porque senão ficamos sem autoridade para reclamar do descumprimento sistemático da lei que o governo faz na divulgação de sua candidata; é claro também que temos recursos imensamente inferiores aos do adversário". Para ele, no entanto, os índices apresentados por Serra são muito bons. Com 37% nas pesquisas, se ele for submetido a intensa propaganda, atingirá facilmente 42%, raciocinou.
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