Os dados do Datafolha divulgado no ultimo domingo atropelaram o cronograma que o governador paulista José Serra insistia em manter para a formalização da sua candidatura presidencial, retardando-a para abril com base no cálculo de que até lá a vantagem sobre Dilma Rousseff, mesmo que decrescendo, seria preservada com índices de clara superioridade nos dois turnos da disputa do Palácio do Planalto. Números básicos da pesquisa: redução dessa vantagem de 14 para 4 pontos percentuais; aumento da rejeição a Serra de 6%, de 19 para 21%, contra o de 2% relativo a Dilma; na projeção do 2º turno, queda da superioridade de 15 pontos (49 a 34% que ele tinha em dezembro, para apenas 4 (45 a 41%) no final de fevereiro; diminuição da diferença pró-Serra no Sudeste de 41 a 19% para 38 a 24%, de par com a ampliação da vantagem de Dilma no Nordeste – de 31 a 28% para 36 a 22%. Tudo isso com o pano de fundo da manutenção e até do reforço da popularidade do presidente Lula – de
72 para 73%;
O principal efeito do novo cenário pré-eleitoral (combinado com o desgaste do DEM decorrente do mensalão de Brasília), cuja projeção aponta para possível liderança da candidata lulista em próximas pesquisas, está sendo a intensificação, em um grau elevadíssimo, das pressões dos dirigentes do PSDB e dos aliados DEM e PPS para que o mineiro Aécio Neves aceite tornar-se o candidato a vice de Serra. Ao que este segue resistindo, com improvável mudança de postura. Até por causa da necessidade imperativa que diz ter de preservar o controle da política mineira, posto em xeque pela prioridade que o presidente Lula passou a atribuir a uma vitória de sua candidata no estado. Para o que, ajudado por esse novo cenário, está montando um palanque nacionalmente relevante senão decisiva, e para sinalizar coesão dos tucanos às diversas forças políticas e sociais. Tentando a todo custo levar o líder mineiro a aceitar os apelos que lhe são feitos. Mas tendo já que combinar tal empenho com a necessidade imperiosa de desencadeamento da campanha de Serra, à espera do vice ideal ou com a complicada busca de nome alternativo, provavelmente do Nordeste e do próprio PSDB ou do DEM.
“A ascensão de Dilma” – Trecho de editorial do Estado de S. Paulo, com este título, de ontem: “Além da desarticulação e dos problemas internos do PSDB, aos quais se somam as atribulações do DEM, é evidente, pelo menos até agora, que Serra só tem a oferecer ao eleitor a credencial da sua competência. Não é pouco, decerto. Afinal, Serra terá de começar a divulgar as suas idéias a respeito do futuro do País, consolidadas num programa de governo, ao passo que Dilma não tem de se dar a esse trabalho. Para ela, basta dizer que continuará fazendo tudo o que o governo Lula faz. Não bastasse, Serra precisa resolver os dilemas que tolhem sua candidatura e que o impedem de arregaçar as mangas e entrar de cabeça na campanha eleitoral. Pois o fato é que, para grande parte dos eleitores, até agora Dilma está sem adversários na corrida eleitoral”
Omissão do PSDB e crescimento de Dilma – Trecho de editorial do Valor, também de ontem: “Os resultados da pesquisa Datafolha refletem não apenas as ações do PT (submetido à vontade Lula) e de Dilma Rousseff, mas a ação correspondente de seus principais adversários, Serra e o PSDB. Os aliados dos governadores de São Paulo cobram dele uma definição desde o único oposicionista para a disputa do cargo de governador, em torno do peemedebista Hélio Costa e com o sacrifício da alternativa petista de Fernando Pimentel ou de Patrus Ananias.
Para Aécio Neves, tal risco só poderá ser enfrentado com dedicação central dele à campanha de seu candidato ao governo, Antonio Anastasia, e à própria, para o Senado. Complemen-
tando com o argumento de que assim terá condições, também, de dar o melhor apoio possível à candidatura de Serra. Argumento a que as executivas dos três partidos de oposição respondem procurando demonstrar a essencialidade da presença de Aécio como vice para uma vitória em Minas, considerada fim do ano passado. Antes, a falta de clareza de Serra no cenário eleitoral era revelada pelo fato de existir um outro postulante à legenda para a Presidência, Aécio Neves, o governador de Minas. Aécio retirou-se da disputa - então, a pretexto de evitar confronto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra se manteve apenas como “provável” adversário do PT. Não assumiu a sua postulação, embora, no momento anterior, tivesse mostrado agressividade suficiente para tirar um correligionário da disputa. Um dos resultados disso é que se submete a permanentes especulações de que pode sair da disputa”.
Jarbas de Holanda é jornalista
72 para 73%;
O principal efeito do novo cenário pré-eleitoral (combinado com o desgaste do DEM decorrente do mensalão de Brasília), cuja projeção aponta para possível liderança da candidata lulista em próximas pesquisas, está sendo a intensificação, em um grau elevadíssimo, das pressões dos dirigentes do PSDB e dos aliados DEM e PPS para que o mineiro Aécio Neves aceite tornar-se o candidato a vice de Serra. Ao que este segue resistindo, com improvável mudança de postura. Até por causa da necessidade imperativa que diz ter de preservar o controle da política mineira, posto em xeque pela prioridade que o presidente Lula passou a atribuir a uma vitória de sua candidata no estado. Para o que, ajudado por esse novo cenário, está montando um palanque nacionalmente relevante senão decisiva, e para sinalizar coesão dos tucanos às diversas forças políticas e sociais. Tentando a todo custo levar o líder mineiro a aceitar os apelos que lhe são feitos. Mas tendo já que combinar tal empenho com a necessidade imperiosa de desencadeamento da campanha de Serra, à espera do vice ideal ou com a complicada busca de nome alternativo, provavelmente do Nordeste e do próprio PSDB ou do DEM.
“A ascensão de Dilma” – Trecho de editorial do Estado de S. Paulo, com este título, de ontem: “Além da desarticulação e dos problemas internos do PSDB, aos quais se somam as atribulações do DEM, é evidente, pelo menos até agora, que Serra só tem a oferecer ao eleitor a credencial da sua competência. Não é pouco, decerto. Afinal, Serra terá de começar a divulgar as suas idéias a respeito do futuro do País, consolidadas num programa de governo, ao passo que Dilma não tem de se dar a esse trabalho. Para ela, basta dizer que continuará fazendo tudo o que o governo Lula faz. Não bastasse, Serra precisa resolver os dilemas que tolhem sua candidatura e que o impedem de arregaçar as mangas e entrar de cabeça na campanha eleitoral. Pois o fato é que, para grande parte dos eleitores, até agora Dilma está sem adversários na corrida eleitoral”
Omissão do PSDB e crescimento de Dilma – Trecho de editorial do Valor, também de ontem: “Os resultados da pesquisa Datafolha refletem não apenas as ações do PT (submetido à vontade Lula) e de Dilma Rousseff, mas a ação correspondente de seus principais adversários, Serra e o PSDB. Os aliados dos governadores de São Paulo cobram dele uma definição desde o único oposicionista para a disputa do cargo de governador, em torno do peemedebista Hélio Costa e com o sacrifício da alternativa petista de Fernando Pimentel ou de Patrus Ananias.
Para Aécio Neves, tal risco só poderá ser enfrentado com dedicação central dele à campanha de seu candidato ao governo, Antonio Anastasia, e à própria, para o Senado. Complemen-
tando com o argumento de que assim terá condições, também, de dar o melhor apoio possível à candidatura de Serra. Argumento a que as executivas dos três partidos de oposição respondem procurando demonstrar a essencialidade da presença de Aécio como vice para uma vitória em Minas, considerada fim do ano passado. Antes, a falta de clareza de Serra no cenário eleitoral era revelada pelo fato de existir um outro postulante à legenda para a Presidência, Aécio Neves, o governador de Minas. Aécio retirou-se da disputa - então, a pretexto de evitar confronto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra se manteve apenas como “provável” adversário do PT. Não assumiu a sua postulação, embora, no momento anterior, tivesse mostrado agressividade suficiente para tirar um correligionário da disputa. Um dos resultados disso é que se submete a permanentes especulações de que pode sair da disputa”.
Jarbas de Holanda é jornalista
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