DEU NO VALOR ECONÔMICO
Raquel Ulhôa, de Brasília
Na sessão solene em comemoração ao centenário de Tancredo Neves, transformada pelo PSDB em festa tucana, o governador de São Paulo, José Serra, atribuiu a chegada do PT ao poder a uma das conquistas políticas e democráticas da Nova República, que completa 25 anos: a alternância tranquila no poder de forças político-partidárias antagônicas, pondo fim à polarização e à radicalização na sociedade brasileira. Assim como o governador de Minas, Aécio Neves, neto de Tancredo, Serra defendeu medidas adotadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, a partir das quais o PT soube "colher bons frutos", segundo ele.
"Já ninguém mais contesta a legitimidade das vitórias eleitorais e do natural desejo dos adversários vitoriosos de governar sem perturbações. O resultado é ainda mais impressionante quando se observa que uma dessas alternâncias aparentemente mais contrastantes foi a chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores, que encarnava, a principio, se não uma força desestabilizadora, ao menos um comportamento radical e deliberadamente à margem da política nacional."
Serra completou seu raciocínio afirmando que o PT foi "um dos principais beneficiários da eleição do primeiro presidente civil e das conquistas sociais e culturais da nova Constituição, e soube, posteriormente, ao longo de seus períodos de governo, colher bons frutos de mudanças institucionais e práticas como o Plano Real, o Proer e a Lei de Responsabilidade Fiscal".
Serra, que chegou a coordenar o programa de governo de Tancredo, classificou os 25 anos da Nova República como o período das maiores conquistas de qualidade política e humana - um período ininterrupto de democracia de massas. Citou a expansão da cidadania, das liberdades civis e políticas, o fim das restrições ao direito de voto, a ampliação da participação das massas populares, a ausência de conspirações e golpes militares e a derrubada da superinflação.
Apesar das conquistas, o governador paulista enfatizou a necessidade de duas "observações acautelatórias". Primeiro, que as conquistas da segunda redemocratização custaram esforços enormes e o período tem de ser analisado no todo, "na sua integridade, êxitos e fracassos juntos, já que esses são partes inseparáveis do processo de aprendizagem coletiva, para o qual contribuíram numerosos dirigentes e cidadãos numa linha de continuidade, não de negação e de ruptura". Como exemplo, citou que o Plano Real não teria acontecido sem as experiências de planos anteriores.
A segunda é que nenhuma conquista é definitiva e irreversível. De acordo com o governador, a estabilidade, o crescimento e os ganhos de consumo "não têm garantidas as condições de sustentabilidade no médio e longo prazos.
Aécio também citou as conquistas dos 25 anos da Nova República e dedicou-se especialmente a falar do avô Tancredo, cuja característica mais marcante, disse, era a busca da conciliação. Pressionado a assumir a Vice-Presidência na chapa de Serra, Aécio desabafou: "No exercício do poder nunca estamos sozinhos. Mas somos sempre sós. As grandes decisões são sempre solitárias. Indelegáveis...Precisamos resistir às pressões que nos afastam daquilo que acreditamos. Precisamos acostumar os olhos à luz e à sombra da política, para enxergarmos com clareza os interesses menores que se travestem de interesse coletivo...Não podemos temer a incompreensão, quando agimos de acordo com a nossa consciência e responsabilidade."
Raquel Ulhôa, de Brasília
Na sessão solene em comemoração ao centenário de Tancredo Neves, transformada pelo PSDB em festa tucana, o governador de São Paulo, José Serra, atribuiu a chegada do PT ao poder a uma das conquistas políticas e democráticas da Nova República, que completa 25 anos: a alternância tranquila no poder de forças político-partidárias antagônicas, pondo fim à polarização e à radicalização na sociedade brasileira. Assim como o governador de Minas, Aécio Neves, neto de Tancredo, Serra defendeu medidas adotadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, a partir das quais o PT soube "colher bons frutos", segundo ele.
"Já ninguém mais contesta a legitimidade das vitórias eleitorais e do natural desejo dos adversários vitoriosos de governar sem perturbações. O resultado é ainda mais impressionante quando se observa que uma dessas alternâncias aparentemente mais contrastantes foi a chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores, que encarnava, a principio, se não uma força desestabilizadora, ao menos um comportamento radical e deliberadamente à margem da política nacional."
Serra completou seu raciocínio afirmando que o PT foi "um dos principais beneficiários da eleição do primeiro presidente civil e das conquistas sociais e culturais da nova Constituição, e soube, posteriormente, ao longo de seus períodos de governo, colher bons frutos de mudanças institucionais e práticas como o Plano Real, o Proer e a Lei de Responsabilidade Fiscal".
Serra, que chegou a coordenar o programa de governo de Tancredo, classificou os 25 anos da Nova República como o período das maiores conquistas de qualidade política e humana - um período ininterrupto de democracia de massas. Citou a expansão da cidadania, das liberdades civis e políticas, o fim das restrições ao direito de voto, a ampliação da participação das massas populares, a ausência de conspirações e golpes militares e a derrubada da superinflação.
Apesar das conquistas, o governador paulista enfatizou a necessidade de duas "observações acautelatórias". Primeiro, que as conquistas da segunda redemocratização custaram esforços enormes e o período tem de ser analisado no todo, "na sua integridade, êxitos e fracassos juntos, já que esses são partes inseparáveis do processo de aprendizagem coletiva, para o qual contribuíram numerosos dirigentes e cidadãos numa linha de continuidade, não de negação e de ruptura". Como exemplo, citou que o Plano Real não teria acontecido sem as experiências de planos anteriores.
A segunda é que nenhuma conquista é definitiva e irreversível. De acordo com o governador, a estabilidade, o crescimento e os ganhos de consumo "não têm garantidas as condições de sustentabilidade no médio e longo prazos.
Aécio também citou as conquistas dos 25 anos da Nova República e dedicou-se especialmente a falar do avô Tancredo, cuja característica mais marcante, disse, era a busca da conciliação. Pressionado a assumir a Vice-Presidência na chapa de Serra, Aécio desabafou: "No exercício do poder nunca estamos sozinhos. Mas somos sempre sós. As grandes decisões são sempre solitárias. Indelegáveis...Precisamos resistir às pressões que nos afastam daquilo que acreditamos. Precisamos acostumar os olhos à luz e à sombra da política, para enxergarmos com clareza os interesses menores que se travestem de interesse coletivo...Não podemos temer a incompreensão, quando agimos de acordo com a nossa consciência e responsabilidade."
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