DEU EM O GLOBO
José Roberto Campos, marido da ministra Erenice Guerra (Casa Civil), foi contratado para prestar serviços à Eletronorte, em 2003, época em que ela participava do Conselho Administrativo da estatal, e era consultora jurídica do Ministério de Minas e Energia. Campos recebeu R$ 120 mil entre fevereiro de 2003 e junho de 2004. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que são graves as suspeitas contra o filho de Erenice, Israel.
Erenice trabalhou com marido em estatal
José Roberto Camargo Campos prestou consultoria quando ministra tinha cadeira no Conselho da Eletronorte
Roberto Maltchik
BRASÍLIA. Em 2003, enquanto Erenice Guerra se acostumava ao posto de consultora jurídica do Ministério de Minas e Energia, acumulando cadeira no Conselho Administrativo da Eletronorte, o marido dela foi contratado para prestar serviço à estatal. Erenice fez carreira e atuou por 13 anos na empresa.
O engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos foi contratado pela Engevix, uma das principais companhias de engenharia consultiva do país, e recebeu R$ 120 mil entre fevereiro de 2003 e junho de 2004. Nesse período, segundo a Engevix, José Roberto operou nos sistemas de telecomunicações da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (PA).
A Comissão de Ética Pública da Presidência investiga se Erenice está envolvida com a suspeita de tráfico de influência, em razão do lobby feito pelo filho, Israel Guerra, para renovar a licença de voo da Master Top Airlines, prestadora de serviços dos Correios. A amigos, Israel admite que recebeu, em 2009, R$ 120 mil por consultoria jurídica prestada ao empresário Fabio Baracat, que permitiu renovação da licença da MTA, após a empresa ficar quatro dias com as três aeronaves no solo. Erenice nega que tenha participado da negociação, revelada por Veja. A Corregedoria Geral da União (CGU) avalia a conduta da ministra e a Polícia Federal apura possíveis ilícitos cometidos por Israel.
Erenice foi nomeada consultora jurídica de Minas e Energia em 15 de janeiro de 2003. Quarenta dias depois, já participava de reunião do Conselho Administrativo da Eletronorte, que, entre outros temas, discutiu a renovação do contrato da Engevix para prestar serviços em Tucuruí. Ao GLOBO, José Roberto Camargo Campos disse que sua função na Eletronorte era trocar os sistemas de telecomunicações, cuja frequência estava abaixo do novo padrão adotado pelo Ministério de Minas e Energia: A empresa me chamou para um serviço de implantação e troca dos sistemas de rádio.
Passei 90% do tempo em campo, acompanhando obras.
Porém, segundo colegas da Eletronorte, o marido da hoje chefe da Casa Civil passou a maior parte do período lotado no 7oandar do prédio da estatal em Brasília, onde ficava subordinado ao então gerente de telecomunicações, Dilermando Lacerda.
Dilermando é irmão do expresidente do PT no Distrito Federal, Wilmar Lacerda, hoje chefe de gabinete do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.
José Roberto Camargo Campos diz não se lembrar do trabalho ao lado de Dilermando: Eu não lembro. Já se passaram sete anos. Se você está dizendo que é, é porque é.
Para chegar à Eletronorte, o marido da hoje chefe da Casa Civil se valeu de uma empresa de assessoria técnica, da qual é um dos sócios. Segundo a Engevix, após o trabalho em Tucuruí, José Roberto Camargo Campos nunca mais foi contratado, apesar de elogiado em esclarecimento enviado ao GLOBO. O trabalho foi executado com muita competência dentro do cronograma definido por ser a empresa especialista em telecomunicações, diz a Engevix.
A empresa nega que Erenice tenha intermediado a contratação do marido: A Engevix não recebeu nenhuma indicação de Erenice Guerra para a contratação de José Roberto, cuja contratação seguiu estritamente critérios de competência técnica e disponibilidade para a função.
José Roberto adquiriu, em 2008, metade das ações da Matra Mineradora, com lavra para explorar ouro e calcário em Goiás. A Matra mantém escritório em Brasília, identificado como Ametista. O marido de Erenice comprou parte das ações de Ercio Muniz Lima, gerente de Desenvolvimento Energético de Comunidades Isoladas da Eletronorte.
Muniz continua com um quarto das ações da empresa. O outro sócio é o geólogo Paulo Roberto Fonseca. Procurada, Erenice informou, pela assessoria, que não se pronunciaria.
José Roberto Campos, marido da ministra Erenice Guerra (Casa Civil), foi contratado para prestar serviços à Eletronorte, em 2003, época em que ela participava do Conselho Administrativo da estatal, e era consultora jurídica do Ministério de Minas e Energia. Campos recebeu R$ 120 mil entre fevereiro de 2003 e junho de 2004. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que são graves as suspeitas contra o filho de Erenice, Israel.
Erenice trabalhou com marido em estatal
José Roberto Camargo Campos prestou consultoria quando ministra tinha cadeira no Conselho da Eletronorte
Roberto Maltchik
BRASÍLIA. Em 2003, enquanto Erenice Guerra se acostumava ao posto de consultora jurídica do Ministério de Minas e Energia, acumulando cadeira no Conselho Administrativo da Eletronorte, o marido dela foi contratado para prestar serviço à estatal. Erenice fez carreira e atuou por 13 anos na empresa.
O engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos foi contratado pela Engevix, uma das principais companhias de engenharia consultiva do país, e recebeu R$ 120 mil entre fevereiro de 2003 e junho de 2004. Nesse período, segundo a Engevix, José Roberto operou nos sistemas de telecomunicações da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (PA).
A Comissão de Ética Pública da Presidência investiga se Erenice está envolvida com a suspeita de tráfico de influência, em razão do lobby feito pelo filho, Israel Guerra, para renovar a licença de voo da Master Top Airlines, prestadora de serviços dos Correios. A amigos, Israel admite que recebeu, em 2009, R$ 120 mil por consultoria jurídica prestada ao empresário Fabio Baracat, que permitiu renovação da licença da MTA, após a empresa ficar quatro dias com as três aeronaves no solo. Erenice nega que tenha participado da negociação, revelada por Veja. A Corregedoria Geral da União (CGU) avalia a conduta da ministra e a Polícia Federal apura possíveis ilícitos cometidos por Israel.
Erenice foi nomeada consultora jurídica de Minas e Energia em 15 de janeiro de 2003. Quarenta dias depois, já participava de reunião do Conselho Administrativo da Eletronorte, que, entre outros temas, discutiu a renovação do contrato da Engevix para prestar serviços em Tucuruí. Ao GLOBO, José Roberto Camargo Campos disse que sua função na Eletronorte era trocar os sistemas de telecomunicações, cuja frequência estava abaixo do novo padrão adotado pelo Ministério de Minas e Energia: A empresa me chamou para um serviço de implantação e troca dos sistemas de rádio.
Passei 90% do tempo em campo, acompanhando obras.
Porém, segundo colegas da Eletronorte, o marido da hoje chefe da Casa Civil passou a maior parte do período lotado no 7oandar do prédio da estatal em Brasília, onde ficava subordinado ao então gerente de telecomunicações, Dilermando Lacerda.
Dilermando é irmão do expresidente do PT no Distrito Federal, Wilmar Lacerda, hoje chefe de gabinete do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.
José Roberto Camargo Campos diz não se lembrar do trabalho ao lado de Dilermando: Eu não lembro. Já se passaram sete anos. Se você está dizendo que é, é porque é.
Para chegar à Eletronorte, o marido da hoje chefe da Casa Civil se valeu de uma empresa de assessoria técnica, da qual é um dos sócios. Segundo a Engevix, após o trabalho em Tucuruí, José Roberto Camargo Campos nunca mais foi contratado, apesar de elogiado em esclarecimento enviado ao GLOBO. O trabalho foi executado com muita competência dentro do cronograma definido por ser a empresa especialista em telecomunicações, diz a Engevix.
A empresa nega que Erenice tenha intermediado a contratação do marido: A Engevix não recebeu nenhuma indicação de Erenice Guerra para a contratação de José Roberto, cuja contratação seguiu estritamente critérios de competência técnica e disponibilidade para a função.
José Roberto adquiriu, em 2008, metade das ações da Matra Mineradora, com lavra para explorar ouro e calcário em Goiás. A Matra mantém escritório em Brasília, identificado como Ametista. O marido de Erenice comprou parte das ações de Ercio Muniz Lima, gerente de Desenvolvimento Energético de Comunidades Isoladas da Eletronorte.
Muniz continua com um quarto das ações da empresa. O outro sócio é o geólogo Paulo Roberto Fonseca. Procurada, Erenice informou, pela assessoria, que não se pronunciaria.
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