DEU NO JORNAL DO BRASIL
A denúncia da quebra do sigilo bancário de Verônica Serra, filha de José Serra, candidato da oposição, por filiados do PT, trouxe à baila o caso do caseiro Francenildo Santos Costa, que comentei no artigo que ora reproduzo: Só com extrema complacência ou ingenuidade em dose cavalar de palermice dá para engolir a pílula da boa-fé oficial na azarada manobra para desqualificar o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, que injetou sangue novo na veia da CPI dos Bingos com o envolvimento do intocável ministro da Fazenda, Antonio Palocci, nas sujeiras da Casa do Lago, reduto da turma de Ribeirão Preto de múltiplas serventias.
Falando com desembaraço, em tom humilde e respeitoso, o caseiro confirmou que viu, com os olhos da bisbilhotice profissional, umas 10 ou 20 vezes, o ministro no ninho da luxuosa casa na área da nobreza brasiliense, conservando na memória detalhes como o carro Peugeot prata, dirigido pelo ministro, sempre recebido com os salamaleques e reverência, e tratado como chefe.
O ministro nega e jura de dedos cruzados que alguma vez tenha estado na casa suspeita. Enfatiza: Não estive lá nenhuma vez. Com toda a credibilidade justamente merecida pelo desmentido ministerial, ressalve-se que segredo como este é de levar para o túmulo, não se confessa nem sob tortura Aos fatos: aos 40 minutos do arrasador depoimento do caseiro Francenildo na CPI dos Bingos, a manobra articulada no Palácio do Planalto, com o conhecimento e a lógica aprovação do presidente Lula, reverteu o quadro, em cambalhota mortal: o pedido de liminar, encaminhado às pressas pelo líder do PT, senador Tião Viana, e acolhido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a exposição do caseiro e armou um salseiro, com desdobramentos e desfecho imprevisíveis.
O governo deu a impressão de que encostara a oposição no canto do ringue, sob uma saraivada de murros. Além de calar o caseiro, a suspeita de que milhares de reais foram depositados na sua conta bancária às vésperas do seu comparecimento à CPI foi reforçada pela publicação pela revista Épo - ca, de extrato bancário, emitido às 20h28 de quinta-feira, e comprovam depósitos na sua conta na Caixa Econômica Federal no total de R$ 38.860.
Pois o pirão encaroçou. O sigilo bancário foi quebrado na marra, sem autorização da Justiça. E, por caipora coincidência, na hora em que o extrato foi emitido, o titular da conta estava na Polícia Federal para se inscrever no programa de proteção a testemunhas na esmagadora prova de violação ilegal do seu sigilo bancário.
O pior estava a caminho. O caseiro, com o testemunho da sua mãe, dona Benta Maria dos Santos Costa, desfiou o segredo doméstico que a família preservava.
Francenildo é filho do empresário municipal de Teresina, Eurípedes Soares da Silva, que resistira a reconhecer a paternidade no registro civil. Ao fim de longas tratativas, com assistência de advogado, chegou- se a acordo, e Francenildo desistiu da ação de reconhecimento de paternidade mediante a doação de R$ 30 mil em dinheiro e o restante a ser quitado em parcelas já depositadas na conta do filho na Caixa Econômica Federal.
Em poucas linhas, o resumo de história edificante encurrala o governo, com o PT de contrapeso, na denúncia de montagem de escabrosa trama para calar a testemunha incômoda que revelou a existência de um esconderijo da turma de Ribeirão Preto, às margens do romântico Lago Azul de Brasília, de múltiplos usos e conveniências, seja como alcouce de encontros e farras às trampas da alta e da baixa politicagem.
E que entre seus frequentadores de regular assiduidade, destacava-se o reverenciado chefe, ministro Antonio Palocci.
As peremptórias negativas do ministro da Fazenda, escoradas na sua credibilidade, aconselham a obedecer à regra clássica de exigir apuração exemplar antes da ofensiva exigindo a sua demissão, negada por Lula.
Mas a mancha indelével na desbotada bandeira vermelha que o PT exibirá na campanha recordará a hipocrisia da legenda popular em seus dourados tempos de requebros esquerdistas, pilhada à frente das velhacarias e burlas para desmoralizar o humilde caseiro que atendeu à convocação da CPI para contar o que é, até agora, a sua verdade.
No contra-ataque, a querela entre governo e oposição atolou no pântano da baixaria. No jogo sujo, a pausa para o pitoresco da hipótese levantada a sério pela líder do governo no Senado, senadora Ideli Salvatti, de que o caseiro poderia ter esquecido o seu extrato bancário em algum lugar, e mãos prestimosas recolheram a prenda e a encaminharam à divulgação.
Descomposturas, acusações, suspeitas, exageros, bobagens entre senadores de cabelos brancos e que azedam os debates na CPI dos Bingos não justificam os melindres registrados pela mídia. Simples rotina nos intervalos de atividade na semana de dois a três dias úteis do Congresso convertido ao modelo ético do baixo clero.
Quem tem contas a prestar, e com urgência, além da Polícia Federal, é a Caixa Econômica Federal informando o resultado da simples sindicância sobre a ilegal quebra de sigilo do caseiro Francenildo, antes que o PT complete a sua lapidação.
A denúncia da quebra do sigilo bancário de Verônica Serra, filha de José Serra, candidato da oposição, por filiados do PT, trouxe à baila o caso do caseiro Francenildo Santos Costa, que comentei no artigo que ora reproduzo: Só com extrema complacência ou ingenuidade em dose cavalar de palermice dá para engolir a pílula da boa-fé oficial na azarada manobra para desqualificar o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, que injetou sangue novo na veia da CPI dos Bingos com o envolvimento do intocável ministro da Fazenda, Antonio Palocci, nas sujeiras da Casa do Lago, reduto da turma de Ribeirão Preto de múltiplas serventias.
Falando com desembaraço, em tom humilde e respeitoso, o caseiro confirmou que viu, com os olhos da bisbilhotice profissional, umas 10 ou 20 vezes, o ministro no ninho da luxuosa casa na área da nobreza brasiliense, conservando na memória detalhes como o carro Peugeot prata, dirigido pelo ministro, sempre recebido com os salamaleques e reverência, e tratado como chefe.
O ministro nega e jura de dedos cruzados que alguma vez tenha estado na casa suspeita. Enfatiza: Não estive lá nenhuma vez. Com toda a credibilidade justamente merecida pelo desmentido ministerial, ressalve-se que segredo como este é de levar para o túmulo, não se confessa nem sob tortura Aos fatos: aos 40 minutos do arrasador depoimento do caseiro Francenildo na CPI dos Bingos, a manobra articulada no Palácio do Planalto, com o conhecimento e a lógica aprovação do presidente Lula, reverteu o quadro, em cambalhota mortal: o pedido de liminar, encaminhado às pressas pelo líder do PT, senador Tião Viana, e acolhido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a exposição do caseiro e armou um salseiro, com desdobramentos e desfecho imprevisíveis.
O governo deu a impressão de que encostara a oposição no canto do ringue, sob uma saraivada de murros. Além de calar o caseiro, a suspeita de que milhares de reais foram depositados na sua conta bancária às vésperas do seu comparecimento à CPI foi reforçada pela publicação pela revista Épo - ca, de extrato bancário, emitido às 20h28 de quinta-feira, e comprovam depósitos na sua conta na Caixa Econômica Federal no total de R$ 38.860.
Pois o pirão encaroçou. O sigilo bancário foi quebrado na marra, sem autorização da Justiça. E, por caipora coincidência, na hora em que o extrato foi emitido, o titular da conta estava na Polícia Federal para se inscrever no programa de proteção a testemunhas na esmagadora prova de violação ilegal do seu sigilo bancário.
O pior estava a caminho. O caseiro, com o testemunho da sua mãe, dona Benta Maria dos Santos Costa, desfiou o segredo doméstico que a família preservava.
Francenildo é filho do empresário municipal de Teresina, Eurípedes Soares da Silva, que resistira a reconhecer a paternidade no registro civil. Ao fim de longas tratativas, com assistência de advogado, chegou- se a acordo, e Francenildo desistiu da ação de reconhecimento de paternidade mediante a doação de R$ 30 mil em dinheiro e o restante a ser quitado em parcelas já depositadas na conta do filho na Caixa Econômica Federal.
Em poucas linhas, o resumo de história edificante encurrala o governo, com o PT de contrapeso, na denúncia de montagem de escabrosa trama para calar a testemunha incômoda que revelou a existência de um esconderijo da turma de Ribeirão Preto, às margens do romântico Lago Azul de Brasília, de múltiplos usos e conveniências, seja como alcouce de encontros e farras às trampas da alta e da baixa politicagem.
E que entre seus frequentadores de regular assiduidade, destacava-se o reverenciado chefe, ministro Antonio Palocci.
As peremptórias negativas do ministro da Fazenda, escoradas na sua credibilidade, aconselham a obedecer à regra clássica de exigir apuração exemplar antes da ofensiva exigindo a sua demissão, negada por Lula.
Mas a mancha indelével na desbotada bandeira vermelha que o PT exibirá na campanha recordará a hipocrisia da legenda popular em seus dourados tempos de requebros esquerdistas, pilhada à frente das velhacarias e burlas para desmoralizar o humilde caseiro que atendeu à convocação da CPI para contar o que é, até agora, a sua verdade.
No contra-ataque, a querela entre governo e oposição atolou no pântano da baixaria. No jogo sujo, a pausa para o pitoresco da hipótese levantada a sério pela líder do governo no Senado, senadora Ideli Salvatti, de que o caseiro poderia ter esquecido o seu extrato bancário em algum lugar, e mãos prestimosas recolheram a prenda e a encaminharam à divulgação.
Descomposturas, acusações, suspeitas, exageros, bobagens entre senadores de cabelos brancos e que azedam os debates na CPI dos Bingos não justificam os melindres registrados pela mídia. Simples rotina nos intervalos de atividade na semana de dois a três dias úteis do Congresso convertido ao modelo ético do baixo clero.
Quem tem contas a prestar, e com urgência, além da Polícia Federal, é a Caixa Econômica Federal informando o resultado da simples sindicância sobre a ilegal quebra de sigilo do caseiro Francenildo, antes que o PT complete a sua lapidação.
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