DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Ex-presidente reage ao "tiroteio" entre líderes tucanos de São Paulo e de Minas
Roldão Arruda, Christiane Samarco / BRASÍLIA
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem as disputas entre setores regionais do PSDB pelo comando do partido e a antecipação do debate sobre as próximas eleições presidenciais. "Não se pode raciocinar em termos do PSDB de São Paulo ou de Minas", afirmou.
Ex-presidente reage ao "tiroteio" entre líderes tucanos de São Paulo e de Minas
Roldão Arruda, Christiane Samarco / BRASÍLIA
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem as disputas entre setores regionais do PSDB pelo comando do partido e a antecipação do debate sobre as próximas eleições presidenciais. "Não se pode raciocinar em termos do PSDB de São Paulo ou de Minas", afirmou.
"Tem que ser o PSDB do Brasil."
Para Fernando Henrique, antes de pensar em nomes para a futura eleição, o tucanato deveria definir o que pretende dizer. Referindo-se a um possível candidato mineiro ou paulista, afirmou: "Da minha parte pode ser mineiro, cearense, carioca, paulista. Essa não é a questão. O que é preciso fazer em primeiro lugar é definir a conversa com o País, saber o que o País quer."
Para ele, o partido também deve mudar. "Tem que se abrir mais, usar mais a internet. Tem muita gente jovem que nem entende o que estamos falando, assim como muitos de nós não entendem o que jovens falam."
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), também criticou o bate-boca entre tucanos de São Paulo e de Minas Gerais. "Tratar de candidatura presidencial agora é uma ação que agride o bom senso e beira o ridículo", disse Guerra.
Para Fernando Henrique, antes de pensar em nomes para a futura eleição, o tucanato deveria definir o que pretende dizer. Referindo-se a um possível candidato mineiro ou paulista, afirmou: "Da minha parte pode ser mineiro, cearense, carioca, paulista. Essa não é a questão. O que é preciso fazer em primeiro lugar é definir a conversa com o País, saber o que o País quer."
Para ele, o partido também deve mudar. "Tem que se abrir mais, usar mais a internet. Tem muita gente jovem que nem entende o que estamos falando, assim como muitos de nós não entendem o que jovens falam."
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), também criticou o bate-boca entre tucanos de São Paulo e de Minas Gerais. "Tratar de candidatura presidencial agora é uma ação que agride o bom senso e beira o ridículo", disse Guerra.
A tensão entre paulistas e tucanos atingiu seu ponto máximo esta semana, quando o presidente do PSDB de Minas, deputado Nárcio Rodrigues, cobrou dos paulistas o respeito à "fila de presidenciáveis" da legenda. De acordo com essa fila, o senador eleito Aécio Neves ocuparia hoje o primeiro lugar.
Guerra advertiu que, em vez de fazer ataques, os tucanos devem se esforçar para que não apenas os líderes, mas também os eleitores dos dois Estados onde se concentra a principal base política do PSDB, caminhem em torno de um projeto nacional.
Em tom mais ameno, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) também admitiu que é cedo para a sucessão e lembrou que paulistas e mineiros precisam uns dos outros para chegar ao Planalto. Não deixou de mencionar, porém, que, desde a criação do PSDB, em 1988, só foram lançados candidatos paulistas nas eleições presidenciais.
"Vão ter que nos engolir", declarou Nárcio Rodrigues ao Estado ontem, em resposta à entrevista do presidente do PSDB da capital paulistana, José Henrique Reis Lobo, ao portal estadão.com.br no fim de semana. Na fala de Lobo, Aécio foi citado apenas como um nome em meio ao "conjunto de novas lideranças que emergiu das urnas". Nárcio afirmou que não reconhecia autoridade em Lobo para discutir o projeto nacional.
Para Guerra, o ataque teria sido exagerado. "O companheiro Lobo é pessoa conhecida no partido, preside o diretório municipal de são Paulo e tem todo o direito de emitir seus pontos de vista", afirmou.
Antes de Guerra se manifestar, o próprio Lobo redigiu uma nota em resposta a Rodrigues. Disse que em sua entrevista não há uma palavra que possa ser tomada como "desconsideração" pelo nome de Aécio em 2014. Mas também deixou claro que não trabalha com o conceito de fila de presidenciáveis.
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