DEU NO VALOR ECONÔMICO
Cristiane Agostine e Vandson Lima De São Paulo
Fortalecido nas eleições deste ano, o senador eleito Aécio Neves (MG) defendeu a aproximação do PSDB com partidos que compõem a base do governo federal, como o PSB, repetindo a aliança vitoriosa na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, em 2008.
"Vamos conversar com outras forças políticas. Por que não é possível reeditar, se não da mesma forma, algo parecido com o que foi feito em Minas Gerais, por exemplo? Nós tivemos ali o PSB, PDT, PP, PTB ao nosso lado", disse ontem, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura. "Em outros Estados também houve isso. Por que não tentar uma conversa em torno de programa com outras forças políticas?" questionou Aécio.
Em 2008, PT e PSDB uniram-se na capital mineira para apoiar Lacerda, candidato do PSB, em acordo costurado por Aécio e o ex-prefeito petista Fernando Pimentel.
Hoje o ex-governador de Minas deve se encontrar com o presidente do PSB e governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos.
Na entrevista, Aécio criticou a defesa feita pelo presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, de antecipar a escolha do candidato à Presidência e lançar o nome em 2012. "Antecipar muito a identificação de um candidato é uma tática suicida e amadora", afirmou. "Eu não tenho vocação para a primeira e nem tenho o direito de exercer a segunda", disse, em tom ameno.
Aécio afirmou, no entanto, que o partido construir um discurso e se mobilizar desde já para falar "às regiões do país" onde não tiveram "espaço" nas eleições deste ano. "Não podemos, um partido que quer ganhar a Presidência, ter o desempenho que tivemos no Nordeste", disse.
O ex-governador voltou a defender a "refundação" do partido e disse que vai trabalhar "no limite de suas forças" para que o partido seja mais democrático em suas decisões. Questionado sobre o episódio que marcou o partido em 2006, quando ele, o senador Tasso Jereissati (CE), Fernando Henrique e José Serra reuniram-se no restaurante Massimo para definir a candidatura presidencial, Aécio reiterou: "Não há mais espaço [para episódios como aquele]. Não. Foi um equívoco. Aquilo foi o símbolo de uma decisão fechada", afirmou ontem. "Vou trabalhar à exaustão, no limite de minhas forças, para que o PSDB seja um partido nacional. Isso passa pela reorganização dos diretórios onde não tivemos expressão política", declarou.
Na avaliação do mineiro, o PSDB retrocedeu ao aderir a pautas conservadoras, de direita, durante o período eleitoral: "É uma luz amarela que se acende. Mais uma razão para atualizarmos o programa partidário", avaliou, pontuando as discussões sobre a legalização do aborto, utilizada na campanha presidencial. O PSDB, acredita, precisa voltar a ser uma referência de centro-esquerda no país, se aproximar dos setores mais populares e oferecer um discurso claro aos movimentos sindicais.
Aécio defendeu que o PSDB se descole de segmentos que defendam bandeiras estranhas ao partido em sua essência e se reconcilie com seu passado, em especial com os feitos dos oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso: "Foi um erro nosso as principais lideranças do partido não assumirem o nosso legado", observou.
No Congresso, o senador eleito disse que defenderá a reforma política e destacou três pontos: o financiamento público exclusivo para campanhas, a cláusula de desempenho para os partidos, para reduzir o número de legendas e o voto distrital misto.
A possibilidade de ocupar a presidência do PSDB foi descartada por Aécio, que defendeu a permanência de Sérgio Guerra no comando do partido. Pregou que a oposição aguarde antes de tomar posição em relação ao governo da futura presidente, Dilma Rousseff (PT): "Dilma representa uma grande incógnita. Até porque não a conhecemos na construção política. Devemos dar um tempo para ela. Temos que observar".
Mais cedo, Aécio Neves almoçou com o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin. Na saída, ambos convergiram no discurso sobre a necessidade de atualização do programa partidário: "O nosso programa foi construído em cima de uma realidade que não é mais a do Brasil. Então, isso tem de ser visto de forma absolutamente natural", defendeu Aécio, que sugeriu que FHC, junto com o candidato derrotado à Presidência, José Serra, e Tasso Jereissati que não conseguiu a reeleição ao Senado, coordenem o processo.
"O partido foi fundado na década de 80 e hoje nós estamos em um outro momento", afirmou Alckmin. "Então, é importante atualizar o programa partidário para fazer uma oposição propositiva, inteligente, que ajude o Brasil", completou. No dia 15, o PSDB realiza um encontro com os oito governadores eleitos pelo partido, em Maceió (AL).
Cristiane Agostine e Vandson Lima De São Paulo
Fortalecido nas eleições deste ano, o senador eleito Aécio Neves (MG) defendeu a aproximação do PSDB com partidos que compõem a base do governo federal, como o PSB, repetindo a aliança vitoriosa na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, em 2008.
"Vamos conversar com outras forças políticas. Por que não é possível reeditar, se não da mesma forma, algo parecido com o que foi feito em Minas Gerais, por exemplo? Nós tivemos ali o PSB, PDT, PP, PTB ao nosso lado", disse ontem, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura. "Em outros Estados também houve isso. Por que não tentar uma conversa em torno de programa com outras forças políticas?" questionou Aécio.
Em 2008, PT e PSDB uniram-se na capital mineira para apoiar Lacerda, candidato do PSB, em acordo costurado por Aécio e o ex-prefeito petista Fernando Pimentel.
Hoje o ex-governador de Minas deve se encontrar com o presidente do PSB e governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos.
Na entrevista, Aécio criticou a defesa feita pelo presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, de antecipar a escolha do candidato à Presidência e lançar o nome em 2012. "Antecipar muito a identificação de um candidato é uma tática suicida e amadora", afirmou. "Eu não tenho vocação para a primeira e nem tenho o direito de exercer a segunda", disse, em tom ameno.
Aécio afirmou, no entanto, que o partido construir um discurso e se mobilizar desde já para falar "às regiões do país" onde não tiveram "espaço" nas eleições deste ano. "Não podemos, um partido que quer ganhar a Presidência, ter o desempenho que tivemos no Nordeste", disse.
O ex-governador voltou a defender a "refundação" do partido e disse que vai trabalhar "no limite de suas forças" para que o partido seja mais democrático em suas decisões. Questionado sobre o episódio que marcou o partido em 2006, quando ele, o senador Tasso Jereissati (CE), Fernando Henrique e José Serra reuniram-se no restaurante Massimo para definir a candidatura presidencial, Aécio reiterou: "Não há mais espaço [para episódios como aquele]. Não. Foi um equívoco. Aquilo foi o símbolo de uma decisão fechada", afirmou ontem. "Vou trabalhar à exaustão, no limite de minhas forças, para que o PSDB seja um partido nacional. Isso passa pela reorganização dos diretórios onde não tivemos expressão política", declarou.
Na avaliação do mineiro, o PSDB retrocedeu ao aderir a pautas conservadoras, de direita, durante o período eleitoral: "É uma luz amarela que se acende. Mais uma razão para atualizarmos o programa partidário", avaliou, pontuando as discussões sobre a legalização do aborto, utilizada na campanha presidencial. O PSDB, acredita, precisa voltar a ser uma referência de centro-esquerda no país, se aproximar dos setores mais populares e oferecer um discurso claro aos movimentos sindicais.
Aécio defendeu que o PSDB se descole de segmentos que defendam bandeiras estranhas ao partido em sua essência e se reconcilie com seu passado, em especial com os feitos dos oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso: "Foi um erro nosso as principais lideranças do partido não assumirem o nosso legado", observou.
No Congresso, o senador eleito disse que defenderá a reforma política e destacou três pontos: o financiamento público exclusivo para campanhas, a cláusula de desempenho para os partidos, para reduzir o número de legendas e o voto distrital misto.
A possibilidade de ocupar a presidência do PSDB foi descartada por Aécio, que defendeu a permanência de Sérgio Guerra no comando do partido. Pregou que a oposição aguarde antes de tomar posição em relação ao governo da futura presidente, Dilma Rousseff (PT): "Dilma representa uma grande incógnita. Até porque não a conhecemos na construção política. Devemos dar um tempo para ela. Temos que observar".
Mais cedo, Aécio Neves almoçou com o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin. Na saída, ambos convergiram no discurso sobre a necessidade de atualização do programa partidário: "O nosso programa foi construído em cima de uma realidade que não é mais a do Brasil. Então, isso tem de ser visto de forma absolutamente natural", defendeu Aécio, que sugeriu que FHC, junto com o candidato derrotado à Presidência, José Serra, e Tasso Jereissati que não conseguiu a reeleição ao Senado, coordenem o processo.
"O partido foi fundado na década de 80 e hoje nós estamos em um outro momento", afirmou Alckmin. "Então, é importante atualizar o programa partidário para fazer uma oposição propositiva, inteligente, que ajude o Brasil", completou. No dia 15, o PSDB realiza um encontro com os oito governadores eleitos pelo partido, em Maceió (AL).
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