DEU NO JORNAL DO BRASIL( ONLINE)
À medida que se aproximava a hora do adeus ao aerolula e, em especial, o modo de acertar as contas com os meios de comunicação, o presidente Lula deixou mais para o fim o que se destinava ao consumo político impropriamente dito. Era com ele, mas sobrou para o governo Dilma Rousseff dar conteúdo novo a uma palavra de uso multinacional, consagrada no Século 20, de ascendência latina, pronúncia inglesa, escrita como se fosse portuguesa e consumo universal. Mídia é o nome dela. Mas quer dizer mesmo é meio de comunicação. Impresso, oral, sussurrado, por telefone ou qualquer outro meio, inclusive manual.
O canto do cisne com que o presidente Lula insiste em anunciar a regulação que deferiu à sucessora na questão da mídia esconde alguma coisa ou autoriza a suspeita de que, no fundo, ele quer é tirar, com mão de gato, a sardinha da brasa. “Ela sabe que tem de fazer o ministério ter um papel mais importante do que no meu governo” não diz tudo que Lula pretendia, mas deixa a porta aberta. Ela que se explique depois. Ele fica bem com o petismo que não abre mão da solução amaldiçoada e, considerando as medidas que vão cair no colo da sucessora, o presidente Lula afirma, napoleonicamente, que “o novo ministério está diante de um paradigma de comunicação”. Pronto. Não sobrou pra ninguém. No seu modo de ver e semear desconfiança, “a meta principal do governo Dilma será aprovar o marco regulatório dos meios de comunicação”. Por que então não aproveitou a oportunidade na campanha presidencial? Até parece. Ele mesmo não se comunica tão bem quanto exige e, no entanto, não tem marco regulatório. Nem se queixa.
Depois de dois mandatos, o presidente de maior produtividade oral e maior quilometragem aérea, não perde tempo com o que foi feito pelos presidentes anteriores, nem fez cerimônia em declarar várias vezes que deve seus mandatos – sem incluir as três candidaturas mal sucedidas – à imprensa, ao rádio e à televisão. O fato foi que o controle dos meios de informação, por meio de censura, mostrou-se insuficiente para melhorar a realidade como a ditadura pretendia. E, quando aprendeu, já era tarde. Nem mesmo a proibição de noticiar casos de paralisia infantil melhorou a estatística. Ao contrário, segurou a informação e acelerou o contágio. Lula e PT repetem o caso e se habilitam às conseqüências. Não percebem o que se passa atrás das aparências, incapazes de resistir ao anonimato por 24 horas, sem aprontar das suas, que tanto podem ser declarações que não compete a um presidente fazer como trocadilhos deprimentes.
À medida que se aproximava a hora do adeus ao aerolula e, em especial, o modo de acertar as contas com os meios de comunicação, o presidente Lula deixou mais para o fim o que se destinava ao consumo político impropriamente dito. Era com ele, mas sobrou para o governo Dilma Rousseff dar conteúdo novo a uma palavra de uso multinacional, consagrada no Século 20, de ascendência latina, pronúncia inglesa, escrita como se fosse portuguesa e consumo universal. Mídia é o nome dela. Mas quer dizer mesmo é meio de comunicação. Impresso, oral, sussurrado, por telefone ou qualquer outro meio, inclusive manual.
O canto do cisne com que o presidente Lula insiste em anunciar a regulação que deferiu à sucessora na questão da mídia esconde alguma coisa ou autoriza a suspeita de que, no fundo, ele quer é tirar, com mão de gato, a sardinha da brasa. “Ela sabe que tem de fazer o ministério ter um papel mais importante do que no meu governo” não diz tudo que Lula pretendia, mas deixa a porta aberta. Ela que se explique depois. Ele fica bem com o petismo que não abre mão da solução amaldiçoada e, considerando as medidas que vão cair no colo da sucessora, o presidente Lula afirma, napoleonicamente, que “o novo ministério está diante de um paradigma de comunicação”. Pronto. Não sobrou pra ninguém. No seu modo de ver e semear desconfiança, “a meta principal do governo Dilma será aprovar o marco regulatório dos meios de comunicação”. Por que então não aproveitou a oportunidade na campanha presidencial? Até parece. Ele mesmo não se comunica tão bem quanto exige e, no entanto, não tem marco regulatório. Nem se queixa.
Depois de dois mandatos, o presidente de maior produtividade oral e maior quilometragem aérea, não perde tempo com o que foi feito pelos presidentes anteriores, nem fez cerimônia em declarar várias vezes que deve seus mandatos – sem incluir as três candidaturas mal sucedidas – à imprensa, ao rádio e à televisão. O fato foi que o controle dos meios de informação, por meio de censura, mostrou-se insuficiente para melhorar a realidade como a ditadura pretendia. E, quando aprendeu, já era tarde. Nem mesmo a proibição de noticiar casos de paralisia infantil melhorou a estatística. Ao contrário, segurou a informação e acelerou o contágio. Lula e PT repetem o caso e se habilitam às conseqüências. Não percebem o que se passa atrás das aparências, incapazes de resistir ao anonimato por 24 horas, sem aprontar das suas, que tanto podem ser declarações que não compete a um presidente fazer como trocadilhos deprimentes.
As conseqüências do lulismo dos últimos tempos ficarão de herança para a sucessora, como um novo vínculo entre o presidente que sai e a presidente que entra, protegida por elegantes óculos escuros que cobrem os olhos, nos quais já podem ser lidos sinais animadores. Lula elegeu a sucessora e passou agora à nota do autor para separar o que é dele e o que será conseqüência dos governos dele.
Ou seja, assim como fez em relação ao passado, o presidente Lula fará em relação ao futuro. Um já passou, o outro nunca está à vista. O sentido ético será cobrado na volta ao poder em 2014, se nada de melhor a vida lhe proporcionar. Este é o Lula da passagem de nível, que durou pouco para ser, sem parecer intromissão, o mestre de obras da sucessora, depois deste período indefinido em que convivem um governo que nada mais tem a fazer, exceto esperar resultados, e outro que está se empenhando em não ser confundido com o que o antecedeu, e nem se comprometer com o candidato à sua espera na esquina. Afinal, o governo Lula se firmou e se expandiu na primeira pessoa do singular, a partir da convicção de que nada se fez antes dele. O resto o tempo dirá.
Ou seja, assim como fez em relação ao passado, o presidente Lula fará em relação ao futuro. Um já passou, o outro nunca está à vista. O sentido ético será cobrado na volta ao poder em 2014, se nada de melhor a vida lhe proporcionar. Este é o Lula da passagem de nível, que durou pouco para ser, sem parecer intromissão, o mestre de obras da sucessora, depois deste período indefinido em que convivem um governo que nada mais tem a fazer, exceto esperar resultados, e outro que está se empenhando em não ser confundido com o que o antecedeu, e nem se comprometer com o candidato à sua espera na esquina. Afinal, o governo Lula se firmou e se expandiu na primeira pessoa do singular, a partir da convicção de que nada se fez antes dele. O resto o tempo dirá.
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