DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Governador eleito de SP diz que propostas do partido devem ser atualizadas
Governador eleito de SP diz que propostas do partido devem ser atualizadas
Senador eleito por MG defende que, até março, a sigla tenha programa com novas diretrizes para a política nacional
Daniela Lima
SÃO PAULO - Senador eleito por Minas, Aécio Neves conseguiu ontem o apoio do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para seu projeto de "refundação do PSDB".
Líderes da sigla nos maiores colégios eleitorais do país, Alckmin e Aécio almoçaram ontem por cerca de uma hora e meia na capital paulista para tratar do tema.
Já a conversa com FHC aconteceu à noite, na casa do ex-presidente, e durou cerca de uma hora.
Na saída do encontro com Aécio, Alckmin insinuou que as propostas do PSDB estão obsoletas e endossou a tese de que a sigla precisa passar por uma "reformulação".
"O partido foi fundado na década de 1980 e nós estamos em um outro momento. É importante atualizar o programa partidário e fazer uma oposição inteligente", disse Alckmin.À noite, após encontro com Fernando Henrique, Aécio confirmou a adesão do ex-presidente ao projeto.
Segundo o mineiro, FHC coordenará a elaboração de um documento -símbolo das novas diretrizes do PSDB- a ser apresentado até junho, mês das convenções da legenda.
No texto serão defendidas, por exemplo, políticas específicas para o Nordeste, profissionalização do serviço público, agendas de sustentabilidade e revisão do pacto federativo.
Aécio começou a propagar a teoria de que a sigla precisa de uma "refundação" logo após a derrota de José Serra na eleição presidencial.
A tese encontrou resistência entre partidários do ex-governador de São Paulo, que enxergaram no discurso uma tentativa de isolar o tucano no partido.
Questionado ontem sobre a possível candidatura de Serra à presidência do partido, Aécio disse que, "a priori, ninguém pode ser vetado para nada" e que conta com o ex-governador para a "refundação" da sigla.
CARDÁPIO
No almoço, Alckmin e Aécio sentaram em uma mesa de canto, no salão principal de uma tradicional cantina italiana da capital paulista.
Deixando claro que se tratava de conversa privada, dispensaram assessores e almoçaram sozinhos.
O encontro foi acompanhado pela Folha. No restaurante, os dois pediram pescada amarela com molho. Os dois evitaram bebidas alcoólicas: tomaram água.
Durante o almoço, Alckmin atendeu a um telefonema do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) e, em seguida, passou o telefone a Aécio, amigo de Cabral.
Os três falaram sobre a prorrogação da Lei Kandir, que compensa os Estados por perdas de arrecadação nas exportações. O projeto está em tramitação na Câmara e é pleiteado pelos governadores eleitos.
Ao fim da refeição, Alckmin e Aécio tomaram café, posaram para fotos com garçons e deram entrevista.
Ainda em São Paulo, o político mineiro participou do programa "Roda Viva", da TV Cultura. Durante a gravação, voltou a defender a refundação. "As urnas nos deram um recado muito claro e não vamos errar", ressaltou.
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