DEU NO VALOR ECONÔMICO
Raymundo Costa e Mauro Zanatta De Brasília
O desenho do setor rural, no governo Dilma Rousseff, terá a mesma configuração que teve nos oito anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - ou seja, a esquerda da base de sustentação do governo no Congresso comanda a área social, incluindo agricultura familiar e reforma agrária, e os setores de centro-direita mantêm o controle do chamado agronegócio.
No momento, Dilma negocia o comando da área social, inclusive o Ministério da Integração Nacional, com os governadores do PT e do PSB do Nordeste, região nas qual ela bateu recordes de votos nas eleições de outubro. Eles devem indicar os ministros do Desenvolvimento Social (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Até ontem, o nome mais cotado para o Ministério da Agricultura era o de Wagner Rossi, afilhado político do vice-presidente eleito e presidente do PMDB, Michel Temer. Rossi, que já dirige o ministério, só não será nomeado no caso de o PMDB ter de reformular suas indicações de modo a assegurar mais apoio da bancada da Câmara dos Deputados.
Para o MDS, pasta que abriga o Bolsa Família, o carro-chefe dos programas sociais do governo Lula, está cotada a prefeita de Lauro de Freitas (BA), Moema Gramacho, indicação do governador baiano Jaques Wagner.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) é reivindicado pelo ex-governador e senador eleito pelo Piauí, Wellington Dias (PT), mas também está cotado o pernambucano Pedro Eugênio, da cota do governador Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco.
Ontem, os governadores Marcelo Déda (SE), Jaques Wagner (BA) e Eduardo Campos (PE), além do senador eleito Wellington Dias reuniram-se em Brasília para discutir a indicação de nomes do Nordeste para o ministério de Dilma Rousseff. Déda e Campos viajaram com Dilma e Lula a Tucuruí, no Pará, e cobraram da presidente eleita uma resposta à expressiva votação que ela teve na região.
Escaldados com a experiência do governador Sérgio Cabral (RJ), que indicou seu secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, e na saída declarou sua nomeação como fato consumado, os governadores nordestinos têm evitado discutir nomes. Na reunião, os três disseram que não pretendem pretendem brigar por ministérios. Mas Dias deixou claro que faz questão de ficar com o MDA, território hoje da tendência petista Mensagem ao Partido.
A tendência indicou para o cargo o nome do gaúcho Joaquim Soriano que trabalhou com Dilma no governo de Olívio Dutra no Rio Grande do Sul. Dilma, no entanto, está disposta a entregar a Pasta a um nordestino. O argumento já está engatilhado: a Mensagem ao Partido terá dois ministros fortes na Esplanada dos Ministérios - José Eduardo Cardozo (Justiça) e Fernando Haddad (Educação).
Além do senador eleito pelo Piauí, dois outros nomes do Nordeste podem ocupar o MDA: o deputado federal Pedro Eugênio (PT-PE), que foi secretário da Agricultura de Miguel Arraes, em Pernambuco, e diretor do Banco do Nordeste, ou o secretário da Agricultura da Bahia, Geraldo Simões, ex-prefeito de Itabuna.
Nem mesmo o nome da prefeita Moema Gramacho está confirmado no MDS. Em encontros do PT, Moema emocionou Dilma puxando canções em homenagem a presidente eleita.
Moema, a exemplo de Dilma, também venceu um câncer.
Aliado de primeira hora de Lula e Dilma, o senador eleito Blairo Maggi (PR-MT) tem sido apontado como nome forte ao Ministério da Agricultura. Ele rejeitou: "Meus negócios são todos na agricultura. Se fosse convidado, o que não aconteceu, não poderia aceitar. Ficaria sob ataques e não ajudaria a presidente Dilma".
Em conversa com a presidente eleita, Maggi preferiu fazer gestões para manter o Ministério dos Transportes sob controle do PR. "Viajei com ela [a Tucuruí, no Pará] para falar sobre a posição do partido. Queremos manter os Transportes. E o Alfredo Nascimento é o nosso candidato. Não tem oposição nem objeção contra ele", disse.
Maggi considera o Dnit mais importante. "Temos muitas obras em andamento. Precisamos concluir e avançar. Há uma boa gestão que tem agradado a todos". Maggi fez um movimento tático ao defender o PR nos Transportes, já que o PMDB pode apresentar o senador eleito Eduardo Braga (AM) como candidato à vaga.
A região Sul perderá um ministro com a substituição de Guilherme Cassel por um nordestino, mas em compensação deve ganhar com a provável indicação da deputada Maria do Rosário para a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. Há outros dois nomes de mulheres do Sul cotadas para o ministério da presidente eleita Dilma Rousseff, ambas catarinenses: Iriny Lopes, que pode ficar com a Secretaria da Mulher, e a senadora Ideli Salvatti, virtualmente convidada mas com cargo ainda em aberto.
Raymundo Costa e Mauro Zanatta De Brasília
O desenho do setor rural, no governo Dilma Rousseff, terá a mesma configuração que teve nos oito anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - ou seja, a esquerda da base de sustentação do governo no Congresso comanda a área social, incluindo agricultura familiar e reforma agrária, e os setores de centro-direita mantêm o controle do chamado agronegócio.
No momento, Dilma negocia o comando da área social, inclusive o Ministério da Integração Nacional, com os governadores do PT e do PSB do Nordeste, região nas qual ela bateu recordes de votos nas eleições de outubro. Eles devem indicar os ministros do Desenvolvimento Social (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Até ontem, o nome mais cotado para o Ministério da Agricultura era o de Wagner Rossi, afilhado político do vice-presidente eleito e presidente do PMDB, Michel Temer. Rossi, que já dirige o ministério, só não será nomeado no caso de o PMDB ter de reformular suas indicações de modo a assegurar mais apoio da bancada da Câmara dos Deputados.
Para o MDS, pasta que abriga o Bolsa Família, o carro-chefe dos programas sociais do governo Lula, está cotada a prefeita de Lauro de Freitas (BA), Moema Gramacho, indicação do governador baiano Jaques Wagner.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) é reivindicado pelo ex-governador e senador eleito pelo Piauí, Wellington Dias (PT), mas também está cotado o pernambucano Pedro Eugênio, da cota do governador Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco.
Ontem, os governadores Marcelo Déda (SE), Jaques Wagner (BA) e Eduardo Campos (PE), além do senador eleito Wellington Dias reuniram-se em Brasília para discutir a indicação de nomes do Nordeste para o ministério de Dilma Rousseff. Déda e Campos viajaram com Dilma e Lula a Tucuruí, no Pará, e cobraram da presidente eleita uma resposta à expressiva votação que ela teve na região.
Escaldados com a experiência do governador Sérgio Cabral (RJ), que indicou seu secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, e na saída declarou sua nomeação como fato consumado, os governadores nordestinos têm evitado discutir nomes. Na reunião, os três disseram que não pretendem pretendem brigar por ministérios. Mas Dias deixou claro que faz questão de ficar com o MDA, território hoje da tendência petista Mensagem ao Partido.
A tendência indicou para o cargo o nome do gaúcho Joaquim Soriano que trabalhou com Dilma no governo de Olívio Dutra no Rio Grande do Sul. Dilma, no entanto, está disposta a entregar a Pasta a um nordestino. O argumento já está engatilhado: a Mensagem ao Partido terá dois ministros fortes na Esplanada dos Ministérios - José Eduardo Cardozo (Justiça) e Fernando Haddad (Educação).
Além do senador eleito pelo Piauí, dois outros nomes do Nordeste podem ocupar o MDA: o deputado federal Pedro Eugênio (PT-PE), que foi secretário da Agricultura de Miguel Arraes, em Pernambuco, e diretor do Banco do Nordeste, ou o secretário da Agricultura da Bahia, Geraldo Simões, ex-prefeito de Itabuna.
Nem mesmo o nome da prefeita Moema Gramacho está confirmado no MDS. Em encontros do PT, Moema emocionou Dilma puxando canções em homenagem a presidente eleita.
Moema, a exemplo de Dilma, também venceu um câncer.
Aliado de primeira hora de Lula e Dilma, o senador eleito Blairo Maggi (PR-MT) tem sido apontado como nome forte ao Ministério da Agricultura. Ele rejeitou: "Meus negócios são todos na agricultura. Se fosse convidado, o que não aconteceu, não poderia aceitar. Ficaria sob ataques e não ajudaria a presidente Dilma".
Em conversa com a presidente eleita, Maggi preferiu fazer gestões para manter o Ministério dos Transportes sob controle do PR. "Viajei com ela [a Tucuruí, no Pará] para falar sobre a posição do partido. Queremos manter os Transportes. E o Alfredo Nascimento é o nosso candidato. Não tem oposição nem objeção contra ele", disse.
Maggi considera o Dnit mais importante. "Temos muitas obras em andamento. Precisamos concluir e avançar. Há uma boa gestão que tem agradado a todos". Maggi fez um movimento tático ao defender o PR nos Transportes, já que o PMDB pode apresentar o senador eleito Eduardo Braga (AM) como candidato à vaga.
A região Sul perderá um ministro com a substituição de Guilherme Cassel por um nordestino, mas em compensação deve ganhar com a provável indicação da deputada Maria do Rosário para a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. Há outros dois nomes de mulheres do Sul cotadas para o ministério da presidente eleita Dilma Rousseff, ambas catarinenses: Iriny Lopes, que pode ficar com a Secretaria da Mulher, e a senadora Ideli Salvatti, virtualmente convidada mas com cargo ainda em aberto.
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